«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





terça-feira, 31 de agosto de 2021

Os Vencidos Da Vida - A.A. V.V.





 




Os Vencidos Da Vida
A.A. V.V.
2ª Edição/ Abril 2006
Editora: Fronteira do Caos

 

EÇA DE QUEIROZ, OLIVEIRA MARTINS, RAMALHO ORTIGÃO, CARLOS LOBO D’ÁVILA & OUTROS (Fevereiro de 2006)

Dizia Fialho de Almeida, criticando com azedume os Vencidos: “Dúzia e meia de ratões que, quando juntos, o que pretendem é jantar; depois de jantar, o que intentam é digerir; e digestão finda, se alguma coisa ao longe miram, tanto pode ser um ideal, como um water-closet.” Disparava Eça de Queiroz, numa resposta à “ressoante publicidade que a imprensa erguia em torno do grupo jantante”: “O que é estranho não é o grupo dos Vencidos – o que é estranho é uma sociedade de tal modo constituída que no seu seio assume as proporções de um escândalo histórico o delírio de onze sujeitos que uma vez por semana se alimentam.”


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

A Balada do Ouro Nazi - Hélder Medeiros

                                                             








A Balada do Ouro Nazi

Hélder Medeiros

Ed. Janeiro/2017

Editora: Letras Lavadas 


SINOPSE

Policial que coloca uma série de eventos extraordinários a acontecer na ilha de São Miguel. Uma sequência de homicídios, perpetrados por um sádico assassino, o “Carniceiro do Bosque das Crianças”; um grupo de engenhosos assaltantes procurados pelas autoridades europeias, conhecido como “Os Fantasmas de Paris”; a transferência de uma fortuna em ouro para os EUA, cujo ponto de passagem será o porto de Ponta Delgada; e a seita da Ordem do Arcanjo.
Será que estes eventos isolados têm alguma ligação entre si? E se sim, qual é o sentido deles?

Comentário:

Uma trama cheia de acção e suspense, que transmite ao leitor uma crescente expectativa e até ansiedade, rumo ao deslindar da estória, que inesperadamente muda o "statu-quo", surpreendendo  a cada página, prende o leitor, mantendo-o atento, interessado e cada vez mais envolvido.

Classificação: 9/10

terça-feira, 17 de agosto de 2021

O PAÍS DO CARNAVAL - Jorge Amado












O PAÍS DO cARNAVAL

Jorge Amado

30ª Edição

Editora Record


SINOPSE

Este é Publicado em 1931, faz um retrato crítico da imagem festiva e contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, um brasileiro atormentado pela inquietação existencial que, após sete anos em Paris, regressa a um país com o qual não se identifica. Bem recebido pela crítica e pelo público, o livro aborda as questões de uma juventude plena de inquietude, numa ansiosa e mesmo angustiada busca de verdades e do sentido da vida. Trata-se, em suma, de um retrato geracional - tecido a partir das rondas de Paulo Rigger pelos círculos boémios e literários da cidade da Bahia, em inícios do século XX. No final, insatisfeito e desencantado, marcado por uma renúncia preconceituosa ao amor, que inesperadamente encontrara, e aturdido pelas contradições que o rodeiam, Rigger embarca, no porto do Rio de Janeiro, com destino à Europa. Leva consigo as suas dores, deixando para trás uma cidade alucinada pelos ritmos e brilhos do Carnaval.
Considerado subversivo, O País do Carnaval estava entre os livros de Jorge Amado que foram queimados em praça pública em Salvador, por determinação da polícia do Estado Novo, em 1937.

Comentário:
Ainda não tina lido - O PAIS DO CARNAVAL - o primeiro romance de Jorge Amado, escrito quando ele tinha apenas dezoito anos. Apesar de ser o seu primeiro romance, o talento deste grande escritor está presente em cada frase, em cada página , "  faz um retrato crítico da imagem festiva e contraditória do Brasil ... Trata-se, em suma, de um retrato geracional - tecido a partir das rondas de Paulo Rigger pelos círculos boémios e literários da cidade da Bahia, em inícios do século XX" Mostrando já neste - seu primeiro romance - o seu génio para  caracterizar e caricaturar a sociedade brasileira, principalmente da sua "amada" Bahia. 

Classificação 10/10

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A DESONRA DE D. AFONSO VI - Jorge Sousa Correia

      

                   

                                                                 
                  




A DESONRA DE D. AFONSO VI

Jorge Sousa Correia

Editor: Clube do Autor

Grato ao Autor - Jorge Sousa Correia - pela oferta.

SINOPSE
D. Afonso VI não era para ser rei. Precedia-o um irmão mais velho, D. Teodósio, que não resistiu à doença, deixando o reino para o irmão, cujas deficiências físicas e mentais eram evidentes.
É este reinado, controverso e conturbado, que encontramos no novo livro de Jorge Sousa Correia, autor de vários romances históricos sobre grandes reis da nossa História.
D. Afonso VI foi aclamado rei após a morte de D. João IV, mas só reinaria a partir de 1662, depois de a mãe, D. Luísa de Gusmão, deixar a regência do reino. O rei foi acusado de impotência pela mulher, esposa impúdica e adúltera que, dando as mãos a D. Pedro, irmão desleal e ambicioso, arrancou da cabeça do Rei a coroa para colocá-la na cabeça do Infante.
Mas houve mais, e este acabaria por ser acusado dos piores pecados num julgamento orquestrado pela rainha, pelos jesuítas e pelo poderoso duque de Cadaval.
Depois das inclinações vis, os gostos obscenos, as fúrias violentas, ficou a D. Afonso VI a mansidão e a loucura obediente, até que uma qualquer decisão o fizesse desaparecer para sempre. Esse dia chegaria na forma de desterro.

Comentário:

Afonso, - o narrador - um fidalgo e fiel amigo ao serviço de D. Afonso, conta a história da desonra de D. Afonso VI, a Pedro - o ouvinte - um capitão  seu novo vizinho. A história que Afonso conta é a de um Rei "que nunca o soube ser" e que nunca o deixaram ser. O narrador dá a conhecer uma versão diferente de D. Afonso, não  desculpa, mas compreende e aceita  os seus "desmandos". Ao longo da história que conta, - ao ouvinte - , que é na narrativa como que uma consciência critica do narrador, apresenta factos e explicações para sua versão da "desonra" do seu Rei (e amigo), desonra, que nas palavras de narrador, tem muito de criada e inventada por aqueles que cobiçando o poder tudo fizeram para o alcançar. D. Afonso foi vitima da ambição de seu irmão D. Pedro, que não pretendia só o Reino mas também a Rainha e, de muitos outros que por interesses próprios se aproveitaram da sua diferencia física e psicológica.

Apresenta  uma versão diferente do reinado e do rei  D. Afonso VI,  "que nunca o soube ser" não só pela deficiência física e psicológica, mas também pela cobiça e ambição de outros que nunca o deixaram ser. Versão que apesar de diferente não põe em causa os factos históricos, só analisa alguns a uma outra luz, não lhe tirando o rigor histórico. O ouvinte faz a critica das fontes.

Classificação: 9,5/10