«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





Sérgio Luís de Carvalho

 

A Última Noite em Lisboa
Edição/reimpressão: 2014
Editor: Clube do Autor

Sinopse

A II Guerra Mundial vai no seu quarto ano. Numa Lisboa pobre, pacata e marialva, apenas os refugiados, as manobras militares da Legião Portuguesa e as filas que se começam a fazer à porta das lojas denunciam a existência de um distante e sangrento conflito.

Henrique é um jornalista que trabalha na revista A Esfera*, subsidiada pelos serviços secretos nazis, quando conhece a nova vizinha do lado, Charlotte, uma refugiada austríaca, cuja liberdade e antinazismo lhe vão abrir novas perspetivas. Cada vez mais, Henrique sente-se entre dois mundos antagónicos. De dia, trabalha entre convictos nazis; à noite, está com Charlotte e com Maria Carolina.

O que Henrique desconhecia é que os segredos e os mistérios da vida de Charlotte implicariam uma escolha dramática para os seus destinos.



O SEGREDO DE BARCARROTA
Sérgio Luís de Carvalho
1ª Edição - Junho de 2011
OFICINA DO LIVRO

Quando, em 1992, um pedreiro descobre um estranho espólio numa casa antiga da vila de Barcarrota, perto da fronteira portuguesa, um obscuro segredo com 500 anos emerge na raia luso-espanhola. Um romance baseado em factos históricos, que nos conduz a intrigas e a segredos ibéricos em pleno século XVI…



Sinopse

Barcarrota, Verão de 1556. Em Barcarrota, o médico cripto-judeu Francisco de Penharanda leva uma vida pacata. Contudo, algumas sombras toldam a sua vida (e a sua fé). Numa época em que as trevas da inquisição se adensam, o médico tem de rezar em clandestinidade, contando com a cumplicidade dos vizinhos e até do pároco local, frei Miguel de Santa Cruz, um bizarro clérigo que garante conversar com o diabo. Mas uma sombra ainda mais espessa o macera. A sua mulher, dona Guiomar, padece de uma doença mental degenerativa que lhe abrevia os momentos de lucidez.
Desenganado já da sua inútil medicina, Francisco de Penharanda volta-se para terapias cada vez mais estranhas e interditas. Para tal conta com o auxílio de um antigo discípulo, o português Fernão Brandão, médico em Olivença. É esta importante personagem quem lhe fornece os livros esotéricos (de quiromancia, de astrologia, de exorcismo) com que o velho médico tenta, em desespero, sarar a mulher.
Porém, de mês para mês, o ambiente na vila piora. Frei Miguel de Santa Cruz é substituído por Frei Ruiz do Monte Sinai, um frade que oscila entre uma indisfarçável simpatia e um atroz calculismo, sempre enquadrados por uma cultura enciclopédica. No Outono de 1556, a vila muda drasticamente.
O cerco aperta-se sobre o médico. Num momento de lucidez, dona Guiomar apercebe-se do risco que o marido corre. A meio da noite abandona a sua casa e suicida-se nas profundezas da ribeira de Alcarrache, perto da vila, onde a família tem um moinho e onde há anos haviam enterrado os objectos rituais da sua fé judaica. A morte de dona Guiomar liberta Francisco de Penharanda.

Comentário.

Um Romance Histórico, para o ser, necessita de ter como base factos históricos que irão ao longo da narrativa ser ficionados com enquadramento histórico, mas mantendo sempre a verdade dos factos. Sérgio Luís de Carvalho, cumpre todos os requisitos deste género literário, mas o que faz desta Obra  um Romance Histórico ( com letra grande ) é o modo magistral como conta e desenvolve  a história, partindo dos factos conhecidos -  « Quando, em 1992, um pedreiro descobre um estranho espólio numa casa antiga da vila de Barcarrota, perto da fronteira portuguesa, um obscuro segredo com 500 anos emerge na raia luso-espanhola. Um romance baseado em factos históricos, que nos conduz a intrigas e a segredos ibéricos em pleno século XVI…» numa escrita leve e cativante, mantendo sempre o interesse e levando o leitor de página em página, até à última para ai chegado ficar  com a sensação de que "soube a pouco" de tão bom que foi.

Classificação: 10/10


PORTUGAL NA IDADE MÉDIA

Sérgio Luís de Carvalho
Edição ou reimpressão: 21/10/2020Chancela: Categoria: Temática: 

Uma obra de grande fôlego sobre um dos períodos mais complexos e fascinantes da nossa História. Portugal Medieval - Da fundação da nacionalidade no século XII até à expansão marítima no início do século XVI. 
SINOPSE
A Idade Média tem má fama. De facto, a este largo período de mais ou menos mil anos, que vai da agonia do Império Romano até à Expansão europeia, estão associadas amiúde as pestes e a fome crónica, a falta de higiene, o fanatismo religioso/inquisitorial e a ignorância, a rudeza e a brutalidade, a guerra endémica, o obscurantismo e a repressão. Mas nem só de sombras se faz a sua História…

A Idade Média portuguesa e europeia é, por essência, cristã e agrícola, feudal e senhorial, árdua e mística, violenta e ordeira. Portugal nasceu de uma sublevação das elites portucalenses contra o reino de Leão, alargando-se tal pulsão autonomista dessas elites para o povo. Depois, alargou-se o território para sul. Daí adveio, contudo, uma particular unidade. Essa foi, de resto, não só uma primeira originalidade, como foi igualmente o dealbar.

A génese e construção de Portugal ocorreria entre as primeiras andanças de D. Afonso Henriques até à conquista definitiva do território, com D. Afonso III. Depois, veio a consolidação de uma identidade com a afirmação de uma língua nacional, de um Estado e de uma cultura própria. Com D. João I, Portugal e a sua gente refez-se. Os Descobrimentos foram a sequência lógica de uma nação que, com a dinastia de Avis, era já pequena nas suas fronteiras. 

Como se vivia na Idade Média? Como se amava? O que se vestia e o que se comia (e o que não se podia comer ou vestir)? Como se viajava? O que se fazia em caso de doença? Como se estudava e como se amparavam os desvalidos? Quem mandava? Como se faziam as leis e se aplicava a justiça? Como se rezava e em que é que não se podia acreditar? Que idioma se falava? De que se tinha medo? Qual era o aspeto das vilas e das casas? Como se vivia a dor e o prazer?

Esta é uma viagem à Idade Média portuguesa. Nestas páginas redescobrimos um Portugal aparentemente perdido nas brumas do tempo, mas que pode ser reencontrado em cada esquina das nossas terras mais antigas e em cada recanto da nossa memória coletiva. E de repente, tudo nos parecerá familiar, como se o passado nos entrasse subitamente em casa…

Uma descoberta surpreendente de uma época marcante da nossa História, através de uma linguagem coloquial, mas rigorosa. Uma época considerada tantas vezes tenebrosa, mas que, afinal…


Comentário.

 PORTUGAL NA IDADE MÉDIA de Sérgio Luís de Carvalho, é uma obra de divulgação de história, (para não lhe chamar - Ensaio - respeitando a vontade do Autor ao dizer  "tomamos a decisão de o aliviar de algumas características básicas inerentes aos manuais destinados aos académicos e aos estudiosos da História"), de fácil leitura, acessível, por vezes até com algum humor, mas sem perder a seriedade e o rigor de um manual destinado aos académicos e aos estudiosos, apesar de o não ser.  Era necessário um livro assim para desmistificar a História, ao leitor menos conhecedor desta, para trazer - luz - sobre a Idade Média (não só em Portugal), que alguns Académicos ainda a descrevem como a idade das trevas.

Classificação: 10/10

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A DANÇA DOS LOUCOS
SÉRGIO LUÍS DE CARVALHO
Edição ou reimpressão: 01/02/2023
Chancela: Clube do Autor
Categoria: Literatura Lusófona
Temática: Romance Histórico

Um romance baseado em factos reais que revela memórias esquecidas da História de Portugal e da Europa em tempos de crise e de revolução

SINOPSE

No dia 19 de abril de 1506, em Lisboa, em pleno domingo de Páscoa, um homem explicou por que razão uma cruz de prata brilhava intensamente na Igreja de São Domingos, no Rossio. Esse simples facto desencadeou uma das maiores matanças da História de Portugal. Devastado, Mestre Navarro parte com as filhas para longe da perseguição.
No dia 14 de julho de 1518, a senhora Troffea começou a dançar freneticamente e sem razão aparente. Em vão a tentaram ajudar, mas a senhora não conseguia parar. Ao fim de alguns dias, eram mais de quatrocentas pessoas a dançar ininterruptamente, alheadas e desesperadas… Foi o início de uma das mais estranhas e bizarras epidemias da História.
Que ligação haverá entre estes dois acontecimentos, um tão trágico, outro tão pícaro?

Comentário:
Sérgio Luís de Carvalho, -  nesta obra a dois "tempos" e em dois cenários : Abril de 1506,  Lisboa; Julho de 1518, Estrasburgo, (artificialmente ligados por uma liberdade literária) - pôs  todo o seu talento de grande romancista e historiador, para criar, mais um grande Romance Histórico, que proporciona  ao leitor - apesar da violência  dos actos bárbaros e cruéis ocorridos  em Abril de 1506 na cidade de Lisboa, e da crueza e sofrimento dos acontecimentos de Julho de 1518 na cidade de Estrasburgo - ,  bons momentos de leitura, ao mesmo tempo que o "desperta" para a necessidade de a Humanidade reflectir sobre estes e tantos outros acontecimentos - cruéis, violentos, desumanos e de intolerância, seja por motivos religiosos ou quaisquer outras diferenças do outro, que infelizmente proliferem na sua história, retirando dai ensinamentos para já presente e no futuro não cometer as mesma  atrocidades.

Classificação: 10/10


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