«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A DESONRA DE D. AFONSO VI - Jorge Sousa Correia

      

                   

                                                                 
                  




A DESONRA DE D. AFONSO VI

Jorge Sousa Correia

Editor: Clube do Autor

Grato ao Autor - Jorge Sousa Correia - pela oferta.

SINOPSE
D. Afonso VI não era para ser rei. Precedia-o um irmão mais velho, D. Teodósio, que não resistiu à doença, deixando o reino para o irmão, cujas deficiências físicas e mentais eram evidentes.
É este reinado, controverso e conturbado, que encontramos no novo livro de Jorge Sousa Correia, autor de vários romances históricos sobre grandes reis da nossa História.
D. Afonso VI foi aclamado rei após a morte de D. João IV, mas só reinaria a partir de 1662, depois de a mãe, D. Luísa de Gusmão, deixar a regência do reino. O rei foi acusado de impotência pela mulher, esposa impúdica e adúltera que, dando as mãos a D. Pedro, irmão desleal e ambicioso, arrancou da cabeça do Rei a coroa para colocá-la na cabeça do Infante.
Mas houve mais, e este acabaria por ser acusado dos piores pecados num julgamento orquestrado pela rainha, pelos jesuítas e pelo poderoso duque de Cadaval.
Depois das inclinações vis, os gostos obscenos, as fúrias violentas, ficou a D. Afonso VI a mansidão e a loucura obediente, até que uma qualquer decisão o fizesse desaparecer para sempre. Esse dia chegaria na forma de desterro.

Comentário:

Afonso, - o narrador - um fidalgo e fiel amigo ao serviço de D. Afonso, conta a história da desonra de D. Afonso VI, a Pedro - o ouvinte - um capitão  seu novo vizinho. A história que Afonso conta é a de um Rei "que nunca o soube ser" e que nunca o deixaram ser. O narrador dá a conhecer uma versão diferente de D. Afonso, não  desculpa, mas compreende e aceita  os seus "desmandos". Ao longo da história que conta, - ao ouvinte - , que é na narrativa como que uma consciência critica do narrador, apresenta factos e explicações para sua versão da "desonra" do seu Rei (e amigo), desonra, que nas palavras de narrador, tem muito de criada e inventada por aqueles que cobiçando o poder tudo fizeram para o alcançar. D. Afonso foi vitima da ambição de seu irmão D. Pedro, que não pretendia só o Reino mas também a Rainha e, de muitos outros que por interesses próprios se aproveitaram da sua diferencia física e psicológica.

Apresenta  uma versão diferente do reinado e do rei  D. Afonso VI,  "que nunca o soube ser" não só pela deficiência física e psicológica, mas também pela cobiça e ambição de outros que nunca o deixaram ser. Versão que apesar de diferente não põe em causa os factos históricos, só analisa alguns a uma outra luz, não lhe tirando o rigor histórico. O ouvinte faz a critica das fontes.

Classificação: 9,5/10  

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