«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





Jorge Sousa Correia

 Jorge Sousa Correia


A 21 de Janeiro de 2024, faleceu Jorge Sousa Correia, Historiador e Escritor, com vários romances históricos publicados. A cultura portuguesa está de luto, hoje ficou mais pobre. A Jorge Sousa Correia sentida homenagem.


Jorge Manuel de Sousa Correia nasceu em Setúbal em 1946.  Licenciado em História pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, com uma pós-licenciatura no Curso do Ramo de Formação Educacional. Serviu na Força Aérea entre 1965 e 1969, tendo sido destacado para Angola nos dois últimos anos. Trabalhou numa empresa metalúrgica e foi professor de História na Escola Secundária do Pinhal Novo.

Publicou vários romances históricos:



O Mistério do Infante Santo
Jorge Sousa Correia

Chancela: Clube do AutorCategoria: Literatura LusófonaTemática: Romance Histórico



SINOPSE

O Mistério do Infante Santo decorre num período notável da História de Portugal: a expansão marítima portuguesa. Os filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, a família de Avis, a cujos infantes Camões deu o epíteto de Ínclita Geração, são os protagonistas de uma história gloriosa mas que esconde intrigas e mistérios. Depois da morte do rei D. João I, o seu sucessor D. Duarte é confrontado com um país de escassos recursos financeiros e com as ambições e as motivações dos seus irmãos e conselheiros nas vésperas de um dos episódios mais sangrentos da História de Portugal: o desastre da Tomada de Tânger, em 1437, que marcou o destino de D. Fernando, o infante mártir.
Quais serão os pecados desta família ilustre? Quem foram os responsáveis pelo martírio de D. Fernando em Fez? Quem, de entre os filhos de D. joão, foi o mais clarividente e o menos racional? Quem personificava o elo da concórdia? Quem destruiu a harmonia?
Uma história que desmistifica os caminhos de uma família considerada perfeita e nos revela as sombras de um império.

Classificação 10/10





As Sombras de D. João II
Jorge Sousa Correia

Chancela: Clube do AutorCategoria: Literatura LusófonaTemática: Romance Histórico

 



D. João II, o Príncipe Perfeito, ascendeu ao trono em 1481 e o seu reinado ficou marcado pela continuação da expansão marítima portuguesa iniciada pelo tio-avô, Infante D. Henrique. Esta ligação aos Descobrimentos ficaria marcada pela assinatura do Tratado de Tordesilhas, mas também por outros feitos reveladores da época de ouro de Portugal.

SINOPSE

O rei era uma espécie de Apolo do final do século XV, mas a história da sua vida revela uma outra face. Consciente de que era odiado por uma parte da nobreza portuguesa, espiava noite e dia, tendo criado uma verdadeira “polícia política”.
A História de Portugal fala de um rei generoso, as cronologias acertam nos acontecimentos, as intenções mostram-no intrépido, organizado, normativo. Mas no meio de tudo isto, há um homem de lágrima fácil e íntimo cruel, um verdadeiro manancial de sentimentos por decifrar.
As sombras de D. João II é um romance sobre os meandros da teia política desse tempo, um livro sobre os bastidores de um reinado de ouro que, ainda assim, viveu momentos de grande crispação.

 Classificação: 9/10




A Tentação de D. Fernando
Jorge Sousa Correia

Chancela: Clube do AutorCategoria: Literatura LusófonaTemática: Romance Histórico



SINOPSE
Quais os vícios de D. Fernando e da sua época? Como governou o reino e permitiu a devassa da corte? Que alianças ameaçaram Portugal? Por que razão o povo saiu à rua para se revoltar?
Neste livro, Jorge Sousa Correia partilha com os leitores as intrigas e os escândalos que levaram D. Fernando a cair em tentação.
No registo que já conhecemos, o autor apresenta um novo romance pleno de ritmo e emoção, e uma escrita verdadeiramente empolgante. Ao longo das suas páginas, acompanhamos o fim da 1ª Dinastia, resultado, em boa parte, da ambição e grande predileção do Rei pelos prazeres amorosos (e pouco gosto pelas batalhas) e a ascensão do Mestre de Avis.
 
Classificação 10/10




A Desonra de D. Afonso VI
Jorge Sousa Correia

Chancela: Clube do AutorCategoria: Literatura LusófonaTemática: Romance Histórico





SINOPSE

D. Afonso VI não era para ser rei. Precedia-o um irmão mais velho, D. Teodósio, que não resistiu à doença, deixando o reino para o irmão, cujas deficiências físicas e mentais eram evidentes.
É este reinado, controverso e conturbado, que encontramos no novo livro de Jorge Sousa Correia, autor de vários romances históricos sobre grandes reis da nossa História.
D. Afonso VI foi aclamado rei após a morte de D. João IV, mas só reinaria a partir de 1662, depois de a mãe, D. Luísa de Gusmão, deixar a regência do reino. O rei foi acusado de impotência pela mulher, esposa impúdica e adúltera que, dando as mãos a D. Pedro, irmão desleal e ambicioso, arrancou da cabeça do Rei a coroa para colocá-la na cabeça do Infante.
Mas houve mais, e este acabaria por ser acusado dos piores pecados num julgamento orquestrado pela rainha, pelos jesuítas e pelo poderoso duque de Cadaval.
Depois das inclinações vis, os gostos obscenos, as fúrias violentas, ficou a D. Afonso VI a mansidão e a loucura obediente, até que uma qualquer decisão o fizesse desaparecer para sempre. Esse dia chegaria na forma de desterro.

Comentário:

 

Afonso, - o narrador - um fidalgo e fiel amigo ao serviço de D. Afonso, conta a história da desonra de D. Afonso VI, a Pedro - o ouvinte - um capitão  seu novo vizinho. A história que Afonso conta é a de um Rei "que nunca o soube ser" e que nunca o deixaram ser. O narrador dá a conhecer uma versão diferente de D. Afonso, não  desculpa, mas compreende e aceita  os seus "desmandos". Ao longo da história que conta, - ao ouvinte - , que é na narrativa como que uma consciência critica do narrador, apresenta factos e explicações para sua versão da "desonra" do seu Rei (e amigo), desonra, que nas palavras de narrador, tem muito de criada e inventada por aqueles que cobiçando o poder tudo fizeram para o alcançar. D. Afonso foi vitima da ambição de seu irmão D. Pedro, que não pretendia só o Reino mas também a Rainha e, de muitos outros que por interesses próprios se aproveitaram da sua diferencia física e psicológica.
Apresenta  uma versão diferente do reinado e do rei  D. Afonso VI,  "que nunca o soube ser" não só pela deficiência física e psicológica, mas também pela cobiça e ambição de outros que nunca o deixaram ser. Versão que apesar de diferente não põe em causa os factos históricos, só analisa alguns a uma outra luz, não lhe tirando o rigor histórico. O ouvinte faz a critica das fontes.

 Classificação: 9,5/10  





A Traição de D. Manuel I
Jorge Sousa Correia

Chancela: Clube do AutorCategoria: Literatura LusófonaTemática: Romance Histórico





SINOPSE

No período áureo da História de Portugal, joga-se o destino da mais bela princesa do seu tempo. O romance centra-se na história da vida trágica da rainha consorte D. Leonor de Habsburgo, uma das mais bonitas princesas europeias da época dos descobrimentos, que foi um joguete de intrigas em nome de ambições políticas.
Como é que uma princesa da Casa mais exuberante da época, os Habsburgo, fica disponível para casar com o rei português D. Manuel I, viúvo pela segunda vez, mais velho trinta anos do que ela? Será que, em nome de ambições políticas, tudo é permitido?
Neste romance histórico de Jorge Sousa Correia, autor grandemente elogiado pelo extensos e rigorosos trabalhos de pesquisa, o leitor mergulha na narrativa sem nunca deixar de lado os factos. Ao longo das suas páginas revemos a vida do monarca que teve a força política de mudar o rumo da História de Portugal, mas que tantas fraquezas teve na sua vida pessoal e quase sempre por razões amorosas.
1518, Lisboa: D. Leonor de Habsburgo torna-se a última mulher de D. Manuel I, depois de uma traição gizada entre o rei e o seu irmão, o imperador Carlos V.
1521, Lisboa: D. Maria de Portugal nasce em Junho. D. Manuel morre em Dezembro. A rainha viúva deseja casar com D. João III, mas tem outro destino.
1530, França: D. Leonor, por imposição de Carlos V, casa-se com Francisco I de França. Vive dezassete anos de martírio.
1558, Talavera la Real: Ao ver sumir-se para sempre a filha que tanto quis, D. Leonor não sobrevive ao desgosto. Morre em Fevereiro.
Proporcionando conhecimento e entretenimento na mesma medida, A Traição de D. Manuel I é um romance apaixonante sobre um dos período notável da História de Portugal.

 Comentário:

Com Jorge Sousa Correia neste extraordinário romance histórico, pelas palavras de D. Leonor de Habsburgo, Rainha de Portugal - última mulher de D. Manuel I, revisitamos o final do reinado de D. Manuel I e início de D. João III e do Imperador Carlos V, com um “olhar” diferente – o olhar de uma peça (a rainha – a mulher) importante no “jogo de xadrez”, no jogo de estratégia política, aquela que é mais “jogada” e utilizada pelo Rei e Senhor, que a move e usa para satisfazer os seus interesses pessoais e políticos.
Jorge Sousa Correia, “conta” a história oferecendo ao leitor uma perspectiva diferente mas sempre com grande rigor e sem desvirtuar os factos históricos. É sempre um contributo valioso para compreender melhor a História.

Classificação: 10/10


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