«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Próximas leituras...

 Próximas leituras... 

Obrigado! Fronteira do Caos

A CONSPIRAÇÃO DE PERNAMBUCO
MANUEL PINHEIRO CHAGAS (Setembro de 2006)
O texto que agora disponibilizamos, constitui um dos mais belos ensaios da autoria de Pinheiro Chagas. A acção decorre no Brasil, no século XVII, durante a restauração da independência nacional e da luta entre portugueses e holandeses pela posse da colónia.
A história trata de uma conspiração, ao nível das mais altas esferas do poder político e religioso, em que são apresentadas algumas das mais importantes contradições que se podem colocar ao ser humano: O amor à pátria, e a melhor forma de a servir; a fidelidade aos princípios éticos e religiosos; as lealdades e afectos humanos perante a tolerância e a nobreza de pensamento. O autor explora com mestria a ambivalência que caracteriza o ser humano na sua extrema complexidade


O LADRÃO DE LIVROS
CARLOS J. BARROS (Março de 2009)
�O Ladrão de Livros� é um convite a uma meditação interior, a uma viagem pela nossa solidão, com um destino bem definido � a nossa redescoberta. É ténue a fronteira entre o sonho e a realidade. Realidade que nos conduz a uma paz e nos ensina a sorrir para a vida, independentemente das circunstâncias, dos nossos recalcamentos, dos nossos fantasmas...
"É preciso acreditar, para darmos o próximo passo"




A BATALHA DE TORO
MARCELO ENCARNAÇÃO (Janeiro de 2015)
CONTRACAPA DO LIVRO:
O rei português jurou defender a honra de sua sobrinha Juana e restaurá-la no trono, afastando a tirania de Isabel e Fernando. Contudo, o projeto esmoreceu assim que o monarca português compreendeu que estava envolvido num xadrez político muito mais complexo do que havia julgado de início. Apesar de a fortuna ter sorrido a Afonso V nas primeiras etapas da guerra, aos poucos iam-se delineando os interesses privados antagónicos e as relações clientelares entre os castelhanos: conflitos com os franceses pela posse do Rossilhão; problemas em Navarra com beaumonteses a oporem-se aos agramonteses; querelas pela posse dos mestrados das ordens militares; e uma Castela já bastante dividida pela guerra civil. Não obstante estas dificuldades, não só pareceu a empresa legítima a Afonso V, como também se afasta da tradicional ideia de megalomania afonsina. O rei português detinha um partido com sólidos apoios e podia ser mesmo o vencedor da empresa. Não tendo conseguido discernir e avaliar corretamente a situação de todas as forças em jogo, a missão afonsina conheceu o ponto crítico na famosa batalha de Toro, ferida a 1 de março de 1476


domingo, 27 de dezembro de 2020

D. Dinis - José Augusto de Sotto Mayor Pizarro









Título: D. Dinis
Autor: José Augusto de Souto Mayor Pizarro
Edição: Círculo de Leitores / 2005
Colecção | Nº: Reis de Portugal | VI

Filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela, D. Dinis foi o sexto monarca português. Nasceu em Lisboa, em 1261, e iniciou em 1279 um longo reinado de quase 46 anos, vindo a falecer em Santarém, em 1325. Vencedor em Alcañices, onde se definiu a fronteira política mais antiga e estável da Europa, e prestigiado internacionalmente, os últimos anos de reinado ficaram ensombrados pela guerra civil que opôs o monarca ao seu filho e herdeiro, mas parece que as cedências então obtidas pelo futuro D. Afonso IV não chegaram para empalidecer o impacto das medidas políticas levadas a cabo por D. Dinis. Com uma personalidade forte e determinada, inteligente e culto, poeta consumado, amante de mulheres e dos prazeres da caça, D. Dinis destaca-se, com justiça e por variadas razões, como um homem fascinante e como um dos monarcas que mais influenciou toda a história de Portugal.

----XXX----

Comentário

Uma biografia de grande rigor histórico, o nome do Autor disso é garantia, onde nos é dado a conhecer um  D. Dinis, não só - o Rei de cognome - O Lavrador - mas um outro D. Dinis, rei, marido, pai, pessoa, a quem ficaria melhor o cognome de - O Poeta. Uma leitura agradável e corrida sem a monotonia, que afasta alguns leitores deste género literário.

Classificação: 10/10 

 


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Terra Alta - Javier Cercas


 






Terra Alta

Javier Cercas

Edição/reimpressão: 10-2020

Editor: Porto Editora

 

SINOPSE

Um crime terrível abala a pacata comarca da Terra Alta: os donos da sua maior empresa, as Gráficas Adell, aparecem mortos, barbaramente assassinados. Quem toma conta do caso é Melchor Marín, jovem polícia e leitor voraz que chegou de Barcelona quatro anos antes. Sobre os ombros carrega um passado obscuro que o converteu numa lenda junto das forças policiais, mas que ele acredita ter enterrado sob uma vida feliz como marido da bibliotecária da povoação e pai de uma menina chamada Cosette, tal como a filha de Jean Valjean, o protagonista d'Os Miseráveis, o seu livro preferido.


Com uma narrativa intensa e repleta de personagens memoráveis, este romance é uma reflexão lúcida sobre o valor da lei, a possibilidade de se fazer justiça e a legitimidade da vingança. Mas, mais do que tudo, é a epopeia de um homem em busca do seu lugar no mundo.

Comentário:

O enredo inicia  com - um crime terrível numa pacata comarca da Terra Alta -, mas o essencial da narrativa não se enreda na investigação policial desse crime, é uma analise sobre o conceito de "certo" e  "errado"; o "bem" e o "mal" os limites que separam o justo do injusto para  Melchor Martin. A formação destes conceitos, na personalidade de Melchor Martin, têm três marcos importantes: a assassinato da mãe - a leitura de - Os Miseráveis de Victor Hugo - o assassinato de Olga. É este desenvolvimento da narrativa que torna o livro interessante. 

Classificação: 8/10


terça-feira, 10 de novembro de 2020

Contos do Nordeste - Jorge Tuela


 
Contos do Nordeste

Jorge Tuela

Edição: Autor

Data de Saída: 28 de Abril de 2020


Comentário:

Contos do Nordeste, alguns da tradição popular do nordeste transmontano, outros, como o Autor afirma, inspirados no “Folklore do Concelho de Vinhais” – P. Firmino Augusto Martins. Mas como… “quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto”, - Jorge Tuela – acrescentou-lhe, não um ponto, mas a mestria de contar, ao modo transmontano, enriquecendo com vocabulário regional cada conto, fazendo lembrar os serões, nas aldeias transmontanas, em que volta da lareira com toda a família reunida, sentados nos escanos, contam-se lendas de mouras encantadas, velhas histórias de bruxas e bruxedos.

Classificação 10/10


domingo, 1 de novembro de 2020

Voltada para o Mar - M. Amália R. C.









Voltada para o Mar

M. Amália R. C.

1ª Edição - Junho 2018

EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA


SINOPSE

Em 1896 Mestre Francisco comanda o «Senhor dos Passos» em mais uma das suas viagens comerciais pela costa Sul do País. A viagem é tormentosa e já ao abrigo da baía do Mira em Vila Nova de Milfontes, uma inesperada confusão instala-se entre o pessoal de bordo deixando a descoberto uma estranha mulher que se infiltrara na tripulação. A partir desse momento a vida de Mestre Francisco nunca mais será a mesma… Mais de um século depois, Júlia regressa a Portugal com o marido após a recente morte dos pais. Mas a fase de perdas ainda não está completa e é na mais penosa solidão que Júlia regressa à terra onde nasceu. É aí, nessa pequena terra da qual não tinha memória, que um passado de lendas e misteriosas personagens vem ao seu encontro. Perdida e atormentada, é na amizade de um desconhecido que encontra apoio para resistir à loucura, entender o passado e reencontrar-se…

Comentário.

Foi com alguma curiosidade que iniciei a leitura deste livro, mas sem grandes expectativas tratando-se da obra de uma escritora para mim desconhecida. Sobre a Autora e este seu primeiro romance nada sabia, o título - Voltada Para o Mar (Um olhar sobre a lenda de Vila Nova de Milfontes), transmitiu-me a ideia de se tratar de um trabalho sobre a lenda e a história de Vila Nova de Milfontes.

Mas logo nas primeiras páginas percebi que aquela ideia retirada do título, não podia estar mais errada, minha culpa … minha grande culpa … (imperdoável num leitor com muitos…muitos livros lidos) … não se conhece o livro pelo título ou pela capa, … este é bem o exemplo disso.

Voltada Para o Mar, pode ser um olhar sobre a lenda de Vila Nova de Milfontes, mas deste olhar resultou um bom romance, bem estruturado, com uma narrativa simples numa prosa por vezes quase poética, de leitura fácil que prende o leitor a cada página e o leva num crescendo de interesse até ao fim. 

A combinação entre o “mundo espiritual e ou mágico - o olhar sobre a lenda – com o “real” entra na narrativa com naturalidade não perdendo o encanto mágico da lenda, cumprida no epílogo com a imagem – “ Juntos manobram o leme, e o «Senhor dos Passos» voltou ao oceano, desaparecendo nas brumas para não mais voltar.

 É com expectativa que espero um novo romance da Autora, que a deixou bem alta para o próximo livro.

 Classificação: 10/10




sábado, 10 de outubro de 2020

As Confissões de Frei Abóbora - José Mauro de Vasconcelos










 As Confissões de Frei Abóbora

José Mauro de Vasconcelos

11ª Edição / São Paulo - 1974

Edições Melhoramentos 


SINOPSE

Sobrepondo os planos da acção e da memória numa narrativa não linear, com o propósito de questionar o sentido da existência humana, este romance tenso e intrigante acompanha a vida de Frei Abóbora que, depois de uma infância dolorosa e de várias paixões arrebatadoras, reencontra finalmente a inocência perdida nas criaturas ligadas à natureza: os bichos e os índios.

Comentário

Um livro que, ao jeito de José Mouro de Vasconcelos, trata e analisa os sentimentos mais profundos e os dilemas da vida, bem como as diferenças sociais numa sociedade desigual (seja no Brasil ou noutro pais qualquer). Numa narrativa ligeira faz o leitor despertar para uma realidade nem sempre consciente em cada um de nós. Nas "aventuras" do Frei Abóbora, algumas, chegam a ter graça, mas essencialmente está presente ao longo de toda a estória a humanidade e o amor desinteressado ao próximo e o respeito pela Natureza e pelo Outro.

Classificação 8/10.




quarta-feira, 30 de setembro de 2020

JUNOT - Em Portugal - Mário Domingues




JUNOT - Em Portugal

Evocação Histórica

Mário Domingues

Edições Romano Torres

Série «LUSÍADA»

Edição /1972





Comentário

É sempre com prazer que leio - Mário Domingues - . Neste titulo de Evocação Histórica da Série «LUSÍADA», há semelhança dos outros, o Autor descreve a época em causa -  1ª invasão Francesa, - com uma analise critica das causas e consequenciais  politicas e sociais, que envolveram este período dramático da História de Portugal e da Europa. Apesar de feita pela pena de um Jornalista, não um Historiador, não deixa de ser uma lição de história. Mário Domingues como historiador autodidacta, foi um dos maiores divulgadores, de História de Portugal.

Classificação: 10/10

 



segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Os livros podem passar por muitas mãos, ao longo da sua “vida”.

 Os livros podem passar por muitas mãos, ao longo da sua “vida”.

Este, - Compêndio de História de Portugal / Arsénio Augusto Torres de Mascarenhas
Edição: Livraria Pacheco – Lisboa /1926 -, Alguém o comprou no ano de 1929 (ou antes), em 1929 alguém o perdeu, “Encontrado na sala nº 6 em 8-3-929” , alguém o encontrou … alguém o vendeu… Eu o encontrei e comprei num Alfarrabista em 17 de Agosto de 2012



quinta-feira, 3 de setembro de 2020

DRÁCULA - O Príncipe de Muitos Rostos - RADU R. FLORESCU / RAYMOND T. MCNALLY

 


DRÁCULA

- O Príncipe de Muitos Rostos -

A Verdadeira História

Uma realidade que ultrapassa a ficção


RADU R. FLORESCU / RAYMOND T. MCNALLY 

Fronteira do Caos - Editores

1ª Edição - Porto - Maio 2007




Drácula, O Príncipe de Muitos Rostos, revela a extraordinária vida e época do infame Vlad Drácula, o Empalador (1431-1476). Temido pelos seus inimigos, imitado por líderes como Ivan, o Terrível, e ainda hoje enaltecido pelos seus compatriotas, foi uma das mais intrigantes personalidades da Europa do século XV.Vlad Drácula serviu igualmente de inspiração para o clássico romance de vampiros de Bram Stoker. No entanto, tal como a sua biografia o comprova, "o Drácula real é uma personagem muito mais interessante do que o vampiro da ficção...".

Cobrindo todos os aspectos da sua vida real e da lenda, este livro inclui ainda um capítulo fascinante sobre o mistério do túmulo vazio de Drácula."
(New York Times Book Review)

Comentário...

O Conde Drácula do romance (de ficção gótica) de  Bram Stoker é uma personagem criada pelo autor, ainda que inspirada na realidade.  Mas na realidade quem foi Drácula?

Radu Florescu e Raymond T. McNally, nesta – Bibliografia – Drácula O Príncipe de Muitos Rostos. A sua vida e a sua época - . Respondem à questão,  trazendo “à luz”  o verdadeiro Drácula – Vlad Drácula – o homem, o guerreiro, o Cavaleiro da Ordem do Dragão, o Príncipe, o Empalador, o “herói da Roménia”.  Nesta obra de rigor histórico, com anos de estudo e análise de documentação em vários Arquivos e Bibliotecas, ficamos a conhecer “ a verdadeira História, uma realidade que ultrapassa a ficção” Vlad Drácula, a sua personalidade é revelada pelo “levantamento” da sua vida, analisada no contexto da época em que viveu - sec. XV -, na Europa Oriental. Aqui conhecemos o Drácula o Empalador, que “reinou” nos territórios que hoje são a Roménia, personagem real, terrível, temido, sinistro, não muito diferente de outras personagens históricas, que são o fruto da sua época.

O livro não é fácil de ler, não só pela “violência” dos métodos usados pelo – Empalador – mas também pela informação histórica transmitida, obrigando a uma leitura mais atenta e cuidada, o que para o leitor menos interessado por História, pode ser algo cansativa, mas vale o esforço pela qualidade do "estudo" e pelo conhecimento da história de Vlad Drácula, da sua vida e a sua época.

Aliás esta é uma obra  de leitura obrigatória para os/as "apaixonados/as" por romance de ficção gótica, apreciadores das sagas de Vampiros e outros seres maléficos, para desfrutarem dos seus gostos literários, com um maior conhecimento da realidade histórica que está por trás do(s) mito(s).

Classificação: 9,5/10

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O ÚLTIMO DUELO, CRIME, ESCÂNDALO E JUSTIÇA NA IDADE MÉDIA - ERIC JAGER

 

O ÚLTIMO DUELO, CRIME, ESCÂNDALO E JUSTIÇA NA IDADE MÉDIA

Crime, Escândalo e Justiça na Idade Média


ERIC JAGER

Fronteira do Caos - Editores

1ª Edição -  Abril 2008








Uma história verídica e apaixonante de sexo, escândalo e vingança na Idade Média.
Quando a honra se lavava com sangue, o destino de dois homens e uma mulher jogou-se no... Último Duelo.
Um Thriller verdadeiramente fascinante.
Tão fascinante e intenso como os escândalos das celebridades de hoje. (Booklist)
Combina brilhantemente um texto cativante com uma janela aberta para o mundo bizarro do combate judicial. (Sunday Times)
Um relato rigorosamente documentado de um caso de amor, orgulho, desonra e tribunais na França do século XIV. (Library Journal)

Comentário:

O Último Duelo – Crime, Escândalo e Justiça na Idade Média – de Eric Jager; é um livro difícil de enquadrar num género literário.

                   Não é um Romance Histórico, a sua estrutura narrativa, não é a característica deste género literário, apesar de como o próprio Autor afirma, se basear num “… relato medieval acerca da lendária querela entre Jean de Carrouges e Jacques Le Gris …” elementos presentes e indispensáveis num bom romance de cavalaria medieval, a origem do romance histórico.

                   A acção do livro situa-se em França, no Séc. XIV, no início, do conflito entre a França e a Inglaterra, a Guerra dos Cem Anos. Caracteriza a sociedade feudal de França neste período, a querela entre Jean de Carrouges e Jacques Le Gris tem como pano de fundo o jogo de poder, favorecimento, conflitos e desavenças, próprio do feudalismo francês, e dá ao leitor uma perspetiva rigorosa da sociedade feudal, o leitor é levado com Jean de Carrouges pelos meandros da Justiça na Idade Média. É a história da lenda da querela entre Jean de Carrouges e Jacques Le Gris, mas é mais que isto, é a História para além da lenda, é uma analise da História para além da lenda, investigando em documentos referentes ao processo e outros, para dar ao leitor toda a verdade possível de obter seculos depois dos acontecimentos.

                   O Autor diz “…O livro que resultou dos meus trabalhos é uma história verdadeira, baseada em fontes originais: crónicas, registos legais e outros documentos sobreviventes …” Apontando para um ensaio de investigação histórica, contudo nas palavras do Autor “… Quando o registo histórico nada diz, recorro à minha imaginação para preencher algumas lacunas, nunca deixando de escutar intensamente as vozes do passado”  

                   É sem dúvida uma simbiose perfeita entre os dois géneros, do que resulta um livro – de História – fácil de ler, um Romance Histórico sobre factos verídicos, com uma narrativa que cativa o leitor (mesmo aquele que não “gosta” de História), contando a História de uma um crime e escândalo que foi polémico na Justiça na Idade Média e, que na actualidade ainda “apaixona” Historiadores.

 Um bom livro que li com prazer, aconselho a sua leitura a quem gosta de ler uma boa obra e aprender com a leitura.

 Classificação: 9/10

Sem Sangue - Alessandro Baricco









Sem Sangue 

Alessandro Baricco

Publicações Dom Quixote, Lda. 

Revista Sábado/ Biblioteca Sábado / 2009


SINOPSE

Quando os seus inimigos finalmente o encontram Manuel Roca obriga Nina, a sua filha pequena, a meter-se num esconderijo debaixo de um alçapão na dispensa, a  partir do qual testemunhará o assassinato do seu pai  e do seu irmão. Após a matança,   Tito, um dos assassinos, encontra o esconderijo de Nina, ma, apiedado da inocência da criança, não diz nada aos seus cúmplices. Décadas mais tarde, Nina é uma intrigante mulher que passeia rua quando encontra um já idoso Tito a vender lotaria, Este encontro revelará até que ponto a traumática experiência da sua infância marcou ambas as personagens, e se serão alguma vez capazes de a superar.

Classificação: 8/10




 

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Retrato do Artista Quando Jovem - James Joyce

 











Retrato do Artista Quando Jovem

James Joyce

Colecção Mil Folha /Publico - 40

Março de 2003

(Publicações Europa-América, 2002)

Publico Comunicações  S. A,

SINOPSE

A novela descreve a infância em Dublin de Stephen Dedalus e a sua busca de identidade. As diferentes fases da vida do protagonista, da infância à vida universitária, refletem-se em mudanças no estilo narrativo. Os aspectos biográficos são tratados com irónico distanciamento, num trajecto que culmina com a ruptura com a Igreja e a descoberta de uma vocação artística.
A obra é também um reconhecível auto-retrato da juventude de James Joyce, assim como uma homenagem universal à imaginação dos artistas.

Classificação 7/10


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

As Neves do Kilimanjaro e Outras Histórias -Ernest Hemingway



As Neves do Kilimanjaro e Outras Histórias

Ernest Hemingway 

Editor: Livros do Brasil

Edição: Novembro/1999

O Kilimanjaro é uma montanha coberta de neve, com seis mil metros de altura, que, segundo se diz, é a montanha mais alta de África. O seu cume ocidental tem o nome de Ngaje Ngai, em massai a Casa de Deus. No seu sopé, Harry Street, ferido no decorrer de um safari, agoniza com uma gangrena fulminante enquanto, na companhia da mulher, que o procura confortar, recorda o seu passado de amores e livros. Esta que é por muitos considerada a mais brilhante história escrita por Ernest Hemingway, publicada originalmente em 1936 na revista Esquire, empresta o título a este conjunto de oito contos. Oito contos centrais na obra de um dos grandes contadores de histórias das letras americanas.

Classificação: 6/10








quinta-feira, 23 de julho de 2020

O Vagabundo e o Filósofo - Maximo Gorki



O Vagabundo e o Filósofo
Maximo Gorki

Coleçção Civilização
Livraria Civilização Editora
Ano 1956

O Vagabundo e o Filósofo e outros contos:
                                                                   - Conversa de Forçados
                                                                   - O Homem que quis matar
                                                                   - Um Coração no Lodo
                                                                   - O Noivo
                                                                  - O Amor faz Milagres
                                                                  - Mais Forte do que a Montanha


Os vagabundos são, na obra de Gorki, personagens com uma posição destaque. Gorki, criou, literáriamente, a personagem do vagabundo, um vagabundo diferente do que se pode encontrar na obra de outros autores que também o retrataram. O seu “Vagabundo” é vivo, espontâneo, natural. O autor dá a literatura, um “novo vagabundo”, uma nova visão deste, a visão do povo. 

Classificação: 9/10
                                                               




terça-feira, 21 de julho de 2020

A Minha Mulher (Um Caso Médico / O Monge Negro) - Anton Tchekhov



A Minha Mulher 
(Um Caso Médico / O Monge Negro)
Anton Tchekhov

Edições BOOK-IT. S.A
1ª Edição - Setembro 2010

A Minha Mulher


"Numa aldeia de camponeses na Rússia do séc. XIX, a população passa fome e sofre os efeitos de uma epidemia de tifo. Perto dessa mesma aldeia vive Pavel  Anndreievitchabastado ex-funcionário no Ministério das Comunicações, que mantém uma relação tensa e distante com uma mulher mais jovem e bonita.
Certo dia Pavel recebe em casa uma carta a pedir auxílio para os mais necessitados. Resolve prestar auxílio numa tentativa se sentir melhor consigo próprio, mas descobre que a sua mulher se adiantou  e começou também ela a organizar  um movimento de apoio aos habitantes da aldeia. Essa descoberta deixa-o com ciúmes mas leva-o, com o tempo, aperceber que quer recuperar o amor da sua mulher... "

é seguido de mais dois contos - 

Um Caso Médico 

Um telegrama enviado da fábrica dos Lialikov pedia ao professor que viesse o mais depressa possível.
A filha da Senhora Lialikov, que devia ser a proprietária da fábrica, estava doente; era tudo o que se podia perceber num longo telegrama mal redigido. Por isso o professor não esteve para se incomodar; contentou-se em enviar, para o substituir, o seu ajudante Koroliov. Tinha que se descer na terceira estação para lá de Moscovo e andar em seguida, de carro, quatro «verstas». Na estação, esperava o ajudante um carro de três cavalos. O cocheiro tinha um chapéu de penas de pavão e, com voz vibrante, como um soldado, respondia sempre a todas as perguntas: «De modo algum!» ou «Exactamente!».

O Monge Negro

Andrey Vasilievich Kovrin, professor universitário por excesso de trabalho, sofre de um esgotamento e ficou "com os nervos em franja” Aconselhado por um médico, vai passar uma temporada no campo, na casa de seu antigo tutor e segundo pai, Iegor Semionovitch, e sua filha, a franzina e pálida Tânia Pessotski, com quem acaba se casando.

Agradável leitura.
Classificação: 8/10

quarta-feira, 8 de julho de 2020

O Primo Basílio - Eça de Queirós


O Primo Basílio
Eça de Queirós
Circulo de Leitores/1993

SINOPSE
"Escrito em Inglaterra, O Primo Basílio, publicado em 1878, é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época. Luísa é uma vítima das suas leituras negativas e da baixeza moral do primo, quando a ausência do marido a deixou entregue ao seu vazio interior. É uma vítima do ócio. Eça sugere artisticamente os traços psicológicos das várias figuras da obra com os seus dramas, que de forma alguma enfraquecem o clima trágico, denso, do drama da heroína."
 Lilaz Carriço, in Literatura Prática II, Porto Editora (adaptado)".
In página da Fundação Eça de Queirós
Comentário.
Relembrando os clássicos, confesso que era o único romance de Eça que não tinha lido. Como  se pode ler na SINOPSE - "é um romance de costumes da média burguesia lisboeta e uma sátira moralizadora ao romanesco da sociedade da época", - em que Eça era Mestre, neste, à semelhança de toda a sua obra, o leitor entra na estória e vive, sente, as venturas e desventuras de Luísa, a falta de moral de Basílio. os sentimentos contraditórios de Jorge.
Classificação: 9 /10

sexta-feira, 19 de junho de 2020

19 de Junho de 2020 Morreu o escritor Carlos Ruiz Zafón, autor de "A Sombra do Vento"


19 de Junho de 2020

Morreu o escritor Carlos Ruiz Zafón, autor de "A Sombra do Vento" 

Tetralogia " O CEMITÉRIO DOS LIVROS ESQUECIDOS" - Sombra do Vento - O Jogo do Anjo - Prisioneiro do Céu - O Labirinto dos Espíritos. Este é o ultimo desta Tetralogia - Magnifica! 
Foi o último escrito por este grande escritor espanhol (o mais lido e o que mais vendeu (em Espanha) depois de Cervantes

Outras obras:
Trilogia  da Neblina :  O Príncipe da Neblina - O Palácio da Meia- Noite - Luzes de Setembro.

Mariana



domingo, 7 de junho de 2020

A Oficina dos Livros Proibidos - Eduardo Roca



A Oficina dos Livros Proibidos

Eduardo Roca 

Editor: Marcador
Edição ou reimpressão: outubro de 2013

SINOPSE
Colónia, alvores do século XV. Ares de reforma e de mudança assolam uma Europa governada ainda pelas superstições e velhas crenças. A difusão do saber está em poder de uns poucos.
No entanto, um pequeno grupo de sábios e eruditos que se reúne na mais absoluta clandestinidade está ligado por uma ambição comum: a transmissão cultural ao povo. Como? Através dos livros.
Antes, porém, terão de se esquivar das reticências da Igreja - que não deseja que obras «perigosas» como os Evangelhos cheguem ao povo - e das dos nobres - que não querem perder os seus privilégios. Só um homem, um modesto ourives chamado Lorenz, ajudado pela filha, será capaz de aceitar o desafio.
Mesmo que o preço que poderia pagar por semelhante ousadia seja o mais caro: a sua vida e a de todos aqueles que o rodeiam.
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Uma estória à volta dos livros, dos copistas e de uma “outra versão”(?) do surgimento da imprensa, marcada pelo jogo de poderes da Igreja e do Estado na cidade de Colónia. O livro tem um bom ritmo narrativo com suspense que prende o leitor até ao fim. 
Classificação: 9/10

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Diário de Um Killer Sentimental Jacaré / Hot Line - Luís Sepúlveda


Diário de Um Killer Sentimental 
Jacaré / Hot Line 

Luís Sepúlveda
ASA / 11ª edição/ Setembro 2007

Diário de Um Killer Sentimental , Jacaré , Hot Line de Luís Sepúlveda, três novelas que foram previamente publicadas em folhetim em vários jornais. Com estas o autor regressa ao género policial,
São três novelas - policiais agradáveis de ler, com ritmo e suspense e o humor que é característico das obras de Luís Sepúlveda.









quarta-feira, 29 de abril de 2020

Contos Escolhidos - Edgar Allan Poe



 Contos Escolhidos 
 Edgar Allan Poe 
(Prefaciado por Adriana Calcanhotto)
Edição: Livraria Lello /2018




" Edgar Allen Poe defendia o conto enquanto forma literária por ser um tipo de história de uma única sentada, como ele mesmo dizia sem desenvolvimentos, uma história fechada em si mesma, da forma mais sintética, mais poética possivel...." in prefácio de Adriana Calcanhoto.

Foi um dos livros, oferecidos pela Livraria Lello - DRIVE-THRU - durante a quarentena COVID19 - e que li com gosto, é sempre um prazer ler um bom livro, este de um mestre da literatura suspense e policial.




segunda-feira, 27 de abril de 2020

Drive-Thru da Livraria Lello - 27 de Abril

Drive-Thru da Livraria Lello

27 de Abril




Para os mais pequenos, viajarem até ao azul do mar, sem sair de casa, com os mais graudos.

Obrigado Livraria Lello

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Drive-Thru da Livraria Lello 24 de Abril

Drive-Thru da Livraria Lello

24 de Abril


Obrigado Livraria Lello

Lusa pátria, Portugal
por quem lutou com ardor,
no seu poema imortal
mostrou-nos todo o seu valor!

Em su´obra sem igual,
seus versos falam do amor
das damas de Portugal,
da sua vida de dor...

Foi o poeta galante,
foi guerreiro, foi soldado,
sua vida extravagante,

Levou-o junto ao levante, 
sem amigos, desolado
foi desse mar navegante!

João Marques de Oliveira / 1979






quinta-feira, 23 de abril de 2020

23 de Abril - Dia Mundial do Livro



23 DE ABRIL Dia Mundial do Livro
Biblioteca JMO - LER FAZ BEM À ALMA



Ode aos livros que não posso comprar
Jorge de Sena / 1944


«Ode aos livros que não posso comprar
Hoje, fiz uma lista de livros,
e não tenho dinheiro para os poder comprar.

É ridículo chorar falta de dinheiro
para comprar livros,
quando a tantos ele falta para não morrerem de fome.
Mas também é certo que eu vivo ainda pior
do que a minha vida difícil,
para comprar alguns livros
– sem eles, também eu morreria de fome,
porque o excesso de dificuldades na vida,
a conta, afinal certa, de traições e portas que se fecham,
os lamentos que ouço, os jornais que leio,
tudo isso eu tenho de ligar a mim profundamente,
através de quanto sentiram, ou sós, ou mal-acompanhados,
alguns outros que, se lhe falasse,
destruiriam sem piedade, às vezes só com o rosto,
quanta humanidade eu vou pacientemente juntando,
para que se não perca nas curvas da vida,
onde é tão fácil perdê-la de vista, se a curva é mais rápida.
Não posso nem sei esquecer-me de que se morre de fome,
nem de que, em breve, se morrerá de uma fome maior,
do tamanho das esperanças que ofereço ao apagar-me,
ao atribuir-me um sentido, uma ausência de mim,
capaz de permitir a unidade que uma presença destrói.
Por isso, preciso de comprar alguns livros,
uns que ninguém lê, outros que eu próprio mal lerei,
para, quando se me fechar uma porta, abrir um deles,
folheá-lo pensativo, arrumá-lo como inútil,
e sair de casa, contando os tostões que me restam,
a ver se chegam para o carro eléctrico,
até outra porta.»

Jorge de Sena / 1944