«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Regente D. Pedro Principie Europeu - Mário Domingues




O Regente D. Pedro Principe Europeu
Autor: Mário Domingues
Coleção: História de Portugal - n.º 7
Edição: Empresa Nacional de Publicidade; Lisboa 


«Se é certo que as crónicas de Fernão Lopes constituem documento precioso e imprescindível na reconstituição de uma das mais agitadas e fecundas épocas de toda a história lusitana, não menos certo é que nem tudo nesses belos escritos se deve aceitar como artigo de fé. Impõe-se-lhe uma meticulosa revisão, que já alguns historiógrafos modernos iniciaram e que pode ocupar ainda muitos anos de aturado labor de investigação e análise. E o que se verifica em relação a Fernão Lopes repete-se em referência a todos os outros cronistas dos mais sumptuosos séculos da vida nacional. Registaram muitas e valiosas verdades, mas, em contrapartida, por simpatia pessoal ou por momentânea conveniência política, deturparam inúmeros factos e até caluniaram ou apoucaram homens, que, em boa justiça, largamente mereciam mais alto relevo.
Um dos grandes, dos verdadeiramente gloriosos vultos portugueses, durante séculos vítima da má vontade dos cronistas peitados pelos seus inimigos, que só não apagaram totalmente a sua presença na história, porque ele vinculou profundamente a seu lugar, foi o infante Pedro, filho de João I e de D. Filipa de Lencastre. Uma cilada traiçoeira o arredou deste mudo, numa idade em que tantos serviços ainda poderia prestar à nação; e uma espécie de conjura, a de cronistas, adulterou, minimizou e por vezes esqueceu os actos mais brilhantes da vida deste príncipe, que tão alto ergueu na Europa o prestígio de Portugal e tão equitativa, progressiva e humanamente governou o reino, durante a sua curta, mas fecunda regência, que ninguém agradeceu. Começa-se agora a fazer-lhe justiça. Embora por vezes tardiamente, a história nunca deixa de repor os homens e os sucessos no seu devido lugar. E para o regente Pedro, irmão do rei Duarte I, a sua hora de glória já chegou.

A Ínclita Geração
Pode afirmar-se que nenhum dos filhos que resultaram do enlace matrimonial de João I com D. Filipa de Lencastre, saiu de inferior qualidade. Numa prole muito numerosa, raramente se aproveitam todos os rebentos. Há quase sempre um, pelo menos, que destoa do conjunto. O povo chama-lhes a ovelha tinhosa do rebanho. Mas os régios cônjuges que fundaram a segunda dinastia lusitana, a mais sumptuosa da história nacional e porventura a mais importante e progressiva da Europa de então, não tiveram a lamentar senão os filhes que morreram em tenra idade, porque os outros, os que chegaram a adultos, distinguiram-se por predicados fora do comum e alguns deles vincularam o seu lugar neste mundo por forma indelével. O epíteto de Ínclita Geração, com que a história qualificou os filhos de D. Filipa, tão britânica no aspecto e na índole, e do mestre de Avis, tão português em seu sangue meio plebeu, ajusta-se-lhes de uma maneira perfeita.
O matrimónio de João I e de D. Filipa de Lencastre celebrou-se no Porto, em 1387. Cerca de dois anos mais tarde, em 1390, nasceu o primeiro filho, Afonso, que não durou mais de duas escassas primaveras. Quando este faleceu, já entretanto, em 1391, tinha nascido Duarte, que viria a ser rei. Em 1392, surgiu Pedro, que tão honroso e vasto lugar ocuparia na política portuguesa e tão espontânea simpatia havia de conquistar nas cortes da Europa por onde iria passar. Em 1394, nasceu Henrique, para, com suas insistentes iniciativas marítimas, mudar a face do mundo. Uma menina, vinda à luz em 1395, faleceu de pouca idade. Malogrou-se em seguida outro parto; mas, em 1397, surgiu a infanta Isabel, que, em 1430, na cidade de Bruges, casaria com Filipe, o Bom, duque de Borgonha, e, falhando por um triz vir a ser rainha de França, daria ao mundo o célebre Carlos, o Temerário, que tanto se orgulhava de ser neto de João I de Portugal.
Não se deteve D. Filipa no seu afã de aumentar a família real, pois em 1400 deu à luz o infante João, moço esclarecido e recto, que faleceu ainda jovem. Por fim, em 1402, de novo a metódica e cumpridora inglesa, já quarentona, num derradeiro esforço para bem desempenhar a sua missão de esposa e rainha, enriqueceu a nação com o infante Fernando, que viria a falecer cativo em Fez, garantindo ao reino, com o seu martírio, a posse de Ceuta.
Foram os infantes Fernando e Pedro os que sofreram morte mais injusta e cruel, embora cada um por motivos diferentes, e ambos em consequência de erros cometidos por um irmão:
  • Se o cativeiro e morte dramática do jovem infante Fernando tiveram sua origem na leviandade com que o infante Henrique intentou a conquista de Tânger;
  • a desgraça, e morte do infante Pedro resultaram das ambições e da inveja de Afonso, bastardo de João I, que não podendo conformar-se com sua bastardia, ambicionava o trono, do qual o pai, esquecido de que também era bastardo, sempre o afastara discreta, mas firmemente.
O mestre de Avis, antes de conhecer D. Filipa, mesmo muito antes de sonhar que viria a ser rei de Portugal, nas suas andanças pelo Alentejo, tomara-se de amores por uma jovem plebeia de olhos negros, filha de Mendo da Guada, de Veiros. Desses amores nascera Afonso, em 1377. A mãe foi metida pelo mestre no convento de Santos, em Lisboa. Vergado ao desgosto da mancha que caíra sobre a honra da família, o pai da jovem resolvera deixar crescer a barba, pelo que lhe veio o apodo de Barbadão. Nutria pelo sedutor um estranho ódio. Conta-se que Joãoao tempo ainda mestre de Avis, encontrando-o uma vez no seu caminho, lhe perguntou:
  • Não havereis já de acabar com essa melancolia? Sim, quando acabar convosco, respondeu de pronto o Barbadão.
E arremeteu sobre ele com tanto ímpeto, que tê-lo-ia prostrado, se um, galão providencial do cavalo o não desviasse do golpe. Pois, este neto do Barbadão, que teria uns dez anos de idade quando seu pai se casou com D. Filipa, viria a ser duque de Bragança e, depois do monarca, o fidalgo mais rico do reino. Todas estas riquezas e honrarias, porém, lhe pareciam coisa pouca. Só o trono, para ele, ou para os seus descendentes, satisfaria a sua imensa sede de grandeza. Mas essa sede só viria a mitigar-se noOutro Mundo, após a queda dos Filipes, na Restauração, mais de dois séculos decorridos sobre as torpes intrigas e as traiçoeiras conjuras da história desse período. A primeira vítima inocente da luta dos Braganças pela posse do trono foi precisamente o infante Pedro, o mais nobre e mais leal príncipe europeu da primeira metade do século XV». In Mário Domingues, O Regente Pedro, Príncipe Europeu, Empresa Nacional de Publicidade, Colecção de História de Portugal, nº 7, Lisboa, 1964



OPINIÃO:   
Como qualquer outro livro de Mário Domingue, uma verdadeira lição de História de Portugal, com uma interpretação e analise dos  factos lucida e esclarecida, dando uma visão  da vida de D. Pedro  e da sua atuação enquanto Regente,  fundamentada e enquadrada nos acontecimentos tendo por base a intriga "politica" e o jogo de interesses existentes no reino durante este período em Portugal  e na Europa.
MUITO BOM

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

História Trágico Marítima - Bernardo Gomes de Brito



História Trágico Marítima
Bernardo Gomes de Brito
Circulo de Leitores

Sobre a obra
História Trágico-Marítima é uma "colecção de relações e notícias de naufragios, e successos infelizes, acontecidos aos navegadores portuguezes", reunidos por Bernardo Gomes de Brito, e publicados em dois tomos em 1735 e 1736, durante o reinado de D. João V, vigésimo-quarto rei de Portugal, a quem o autor oferece a obra no frontispício.
O título completo da obra é:
História trágico-marítima, em que se escrevem chronologicamente os naufragios que tiveram as naus de Portugal, depois que se poz em exercício a Navegação da Índia.
A obra foi impressa em Lisboa, na Officina da Congregação do Oratório. Os dois tomos abrem com uma dedicatória ao rei D. João V, impressa em grandes caracteres itálicos, adornada com o escudo de armas reais portuguesas. Ao longo da obra podemos também ver elementos decorativos típicos ao estilo da época ― capitais, cabeções e vinhetas ornamentais.
A glória dos Descobrimentos teve o seu preço, a sua desgraça. Camões, n'Os Lusíadas, pôs as mães e as esposas a chorar a perda dos filhos e dos maridos (IV, 90-91), o Velho do Restelo a avisar os navegadores das nefastas consequências da viagem (IV, 95-97), o Adamastor a profetizar naufrágios, narrando o mais famoso de todos: o naufrágio de Manuel de Sousa Sepúlveda.
Fernando Pessoa imortalizou a grandeza e a desgraça no poema "Mar Português" de Mensagem: «Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal. / Por te cruzarmos, quantas mães choraram, / Quantos filhos em vão rezaram! / Quantas noivas ficaram por casar / Para que fosses nosso, ó mar!»
Não faltaram, pois, narrativas das desventuras e dores que sempre acompanharam os que quiseram "passar além do Bojador", a principal das quais tem mesmo o título de História Trágico-Marítima, compilada por Bernardo Gomes de Brito (1688-?) e publicada em dois volumes, datando o primeiro de 1735 e o outro de 1736. Trata-se de um conjunto de doze relatos de naufrágios, baseados em episódios verídicos da gesta dos Descobrimentos.
São, de uma maneira geral, relatos apreciados pela qualidade da prosa e pelo seu extremo realismo. Um dos mais conhecidos fica a dever-se a Jerónimo Corte-Real (1530?-1590?), que narrou o Naufrágio e Lastimoso Sucesso da Perdição de Manuel de Sousa Sepúlveda (1594).

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Evangelii Gaudium - A Alegria do Evangelho - Papa Francisco





Título: Evangelii Gaudium - A Alegria do Evangelho 
Autor: Papa Francisco 
Coleção: Magistério 
Secção: Exortações Apostólicas 
Formato: 13 cm x 21 cm 
Páginas: 208 
Editora: Paulus Editora 
ISBN: 9789723017700 



SINOPSE

Por ocasião do final do Ano da Fé, o Papa Francisco publica a sua primeira Exortação Apostólica que traz as recomendações emersas no Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização (outubro de 2012), convida os fiéis cristãos a uma nova etapa evangelizadora marcada pela alegria e pelo compromisso e indica caminhos para a marcha da Igreja nos próximos anos. Nos seus cinco capítulos, aborda os temas da transformação missionária da Igreja, a crise do compromisso comunitário, o anúncio do Evangelho, a dimensão social da evangelização e a evangelização com Espírito.

Terminada a leitura...brevemente comentário.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Francisco de Assis e Francisco de Roma - Leonardo Boff



Francisco de Assis e Francisco de Roma

 logo


Sinopse
«Nenhum papa na história da Igreja escolheu para si o nome de Francisco. Houve muitos com o nome de Leão, Gregório, Bento e Pio, entre outros. Escolher o nome de Francisco, pensando em São Francisco de Assis, seria, para os papas anteriores, uma grande contradição. Isto porque os papas viviam em palácios, detinham muitos títulos honoríficos, concentravam nas suas mãos todo o poder religioso e, durante muito tempo, também o poder secular, e possuíam territórios (Estados Pontifícios), exércitos, muitos tesouros e bancos. Uniam na sua pessoa o Imperium e o Sacerdotium. Ora, era tudo o que São Francisco não queria para si nem para os seus seguidores. Todos deviam ser freis (fratres, corruptela de frater, irmão, em latim medieval). Chamavam-se menores (os sem poder) por contraposição aos maiores (os nobres, os grandes senhores feudais e os ricos comerciantes). São Francisco e estes freis optaram por viver no chão da vida (in plano subsistere), juntamente com o povo, os pobres e os rejeitados da sociedade, como os leprosos.
Se um Papa, vindo da periferia do mundo, fora da velha cristandade europeia, para surpresa de todos, escolhe o nome de Francisco é porque deseja transmitir, apenas pelo nome, um recado a toda a gente. O recado é: de agora em diante tentar-se-á um novo modo de exercer o papado, despojado de títulos e de símbolos de poder e procurar-se-á dar ênfase a uma Igreja inspirada na vida e no exemplo de São Francisco de Assis: na pobreza, na simplicidade, na humildade, na confraternização entre todos, seres da natureza e a própria «irmã e Mãe Terra» incluídos. É um projeto ousado mas necessário, pois corresponde melhor à Tradição de Jesus e às exigências evangélicas, e responde sobretudo às exigências de um mundo globalizado dentro do qual a Igreja deverá encontrar, humildemente e sem exclusividade, o seu lugar ao lado e juntamente com outras Igrejas, religiões e caminhos espirituais.»

Leonardo Boff
Leonardo Boff nasceu em Santa Catarina, no Brasil, em 1938. Licenciado em Filosofia e doutorado em Teologia, ingressou na Ordem Franciscanos em 1959. Durante vinte e dois anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecuménica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano, professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no estrangeiro; além de professor-visitante nas universidades de Lisboa, Salamanca, Harvard, Basel e Heidelberg.
Foi um dos pioneiros da conhecida Teologia da Libertação, uma reflexão que procura articular a indignação perante a miséria e a marginalização com as virtudes cristãs da fé e da esperança. Foi desde sempre um árduo defensor da causa dos Direitos Humanos.
Em 1984, devido às suas teses ligadas à Teologia da Libertação, apresentadas no livro Igreja: Carisma e Poder, foi submetido a um processo pela Sagrada Congregação para a Defesa da Fé, no Vaticano, condenado a um ano de «silêncio obsequioso» e deposto de todas as suas funções editoriais e de magistério no campo religioso. Dada a pressão mundial sobre o Vaticano, a pena foi suspensa em 1986, podendo então retomar algumas das suas actividades.
Em 1992, ao ser novamente ameaçado com uma segunda punição pelas autoridades de Roma, renunciou às suas actividades de padre e promoveu-se ao estado leigo. Usando as suas palavras: «mudou de trincheira para continuar a mesma luta»; continua o seu trabalho como teólogo da libertação, escritor, professor e conferencista nos mais diferentes auditórios de todo o mundo, e é assessor de movimentos sociais de cunho popular libertador, como o Movimento dos Sem-Terra, entre outros.
Em 1993 começou a leccionar Ética, Filosofia da Religião e Ecologia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É autor de mais de sessenta livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, traduzidos e publicados em todo o mundo.



MUITO BOM
COMENTÁRIO .....


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Bala Santa - Luís Miguel Rocha



BALA SANTA

Luís Miguel Rocha

  • Livro de Bolso em Português 
  • Porto Editora Lda / Bertrand Editora Lda


SINOPSE

Que acontecimentos estiveram por detrás da tentativa de assassinato do Papa na praça do Vaticano em 1981? Quem é, e o que sabia verdadeiramente Alia Agca, o turco que disparou contra João Paulo II? Que forças ocultas gerem os destinos da igreja católica e conseguem nomear e destronar Papas, ocultando impunemente as suas ações? Uma jornalista internacional, um ex-militar português, um muçulmano que vê a Virgem Maria, um padre muito pouco ortodoxo que trabalha directamente sob as ordens do sumo-pontífice, vários agentes dos serviços secretos mais influentes do mundo e muitos outros personagens dos quatro cantos do globo, envolvem-se numa busca pela verdade e descobrem que ela nem sempre é útil. Pelo menos não o foi para João Paulo II.

OPINIÃO

Não gostei, a narrativa é enfadonha cansativa e não desenvolve a estória de fundo do livro - "Que acontecimentos estiveram por detrás da tentativa de assassinato do Papa na praça do Vaticano em 1981?" Grande parte do livro descreve as andanças do Padre Rafael, pela Europa fora sem se perceber o motivo. Não tem o suspense e mistério que caraterizam os outros romances de Autor ( O ÚLTIMO PAPA / A MENTIRA SAGRADA / A FILHA DO PAPA ). 
FRACO.







quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A Última Carta de Carlota Joaquina - José Manuel Saraiva



A Última Carta de Carlota Joaquina

José Manuel Saraiva

Edição Porto Editora


Sinopse (da contra capa do livro)

A Princesa Carlota Joaquina não era uma mulher bela nem sequer delicada, mas o que lhe faltava em graciosidade tinha de sobra em ambição, inteligência e firmeza. Entre o abandono de um marido fraco e beato e o desprezo por uma sogra louca, Carlota Joaquina procurou sempre satisfazer, sem olhar a meios, os seus anseios pessoais, as suas aspirações políticas e os seus apetites sexuais…


Com uma escrita elegante e o inconfundível estilo satírico a que já nos habituou com os seus bestsellers Rosa Brava e Aos Olhos de Deus, José Manuel Saraiva relata-nos agora, de forma notável, como terá decorrido essa extraordinária aventura que foi a viagem marítima da Corte Real para o Brasil, naquele ano de 1808….


OPINIÃO

Contar a viagem da Corte Portuguesa para o Brasil e a chegada desta ao "NOVO MUNDO" a partir de uma carta  de Carlota Joaquina, ainda que imaginada, é uma forma criativa de construir o livro  e abordar aquela histórica viagem, O Autor consegue narrar os acontecimentos por quem os viveu, o que torna interessante e até hilariante, a estória do que teria sido a travessia do Atelânico por aquela quantidade de gente em debandada. O livro é de fácil leitura tornando-se agradável seguir tão atribulada viagem. Apesar de não existirem elementos que possam documentar como teriam sido passados aqueles longos 70 dias a bordo da nau Afonso de Albuquerque, a estória que o autor nos conta através da carta de Carlota Joaquina tem verossimilhança,  é fácil acreditar que assim tivesse sido, até porque as "notas" que o autor faz de esclarecimento de alguns dados históricos, à margem da carta/narrativa, enquadra bem a "fantasia"  nos factos conhecidos da viagem.

BOM    

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Patrick Modiano é o Nobel da Literatura 2014

Patrick Modiano é o Nobel da Literatura 2014                  

(NOTICIA -  JORNAL PÚBLICO)
"Pela arte da memória com a qual ele evocou os destinos humanos mais inatingíveis e descobriu a vida do mundo da ocupação [alemã] ".

O escritor francês Patrick Modiano é o galardoado com o Prémio Nobel da Literatura 2014, com 69 anos, recebeu já alguns dos mais importantes galardões franceses como o Prémio Goncourt em 1978, o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, em 1972, e o Grande Prémio Nacional das Letras de França, em 1996.


Em Portugal, Modiano tem editado O Horizonte  (Porto Editora, 2011), No Café da Juventude Perdida (ASA, 2009),Dora Bruder (ASA, 1998), Um Circo que Passa (Dom Quixote, 1994), Domingos de Agosto (Dom Quixote, 1988),A Rua das Lojas Escuras (Relógio d'Água, 1988).

terça-feira, 23 de setembro de 2014

D. João III - Mário Domingies



D. João III
O Homem e a Sua Época
Mário Domingues
Editora- Romano Torres


Sinopse:

Evocação Histórica de D. João III , faz uma análise critica do monarca, do reinado e da sua época – expansão portuguesa, lutas no Oriente, crise interna, a Inquisição.

OPINIÃO

Uma verdeira lição de História! A obra faz uma narrativa e analise critica do reinado de D. João III, identificando as causas da crise em que o império Português entrou neste reinado, principalmente no Oriente, agravada pelo estabelecimento da inquisição em Portugal, com todas as consequências negativas que dai vieram. Mário Domingues não sendo um Historiador, foi sem duvida um grande divulgador da História de Portugal, apresentando  sempre nos seus livros uma visão, uma interpretação e analise dos factos históricos ao nível dos  mais conceituados Historiadores, mas talvez pelo facto de ser  um historiador autodidata,  Jornalista de profissão,  as suas obras sejam tão interessantes e criticas da Historia Nacional.
É sempre com agrado que leio um livro de Mário Domingues e com ele viajo pela nossa História.
MUITO BOM 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

A Luz - Stephen King




A Luz 
Stephen King 
Biblioteca Sábado

Sinopse:


Jack Torrance vê-se forçado a aceitar um trabalho como zelador de Inverno do Overlook, um enorme hotel nas montanhas do Colorado, um lugar que queda absolutamente isolado pela neve entre Novembro e Março. Embora a vida nessas condições de isolamento não pareça fácil, para Jack é uma oportunidade perfeita para reconquistar a sua mulher Wendy e o seu filho Danny, e para retomar o seu trabalho de escritor. Mas a família não está exactamente sozinha no Overlook. Os terríveis acontecimentos que sucederam no hotel no passado vão-se assenhorando lentamente do presente dos seus novos ocupantes até os levar a uma situação aterradora, da qual talvez nenhum deles possa escapar...

OPINIÃO

Nunca tenha lido este autor, nem o gênero - suspense/terror - fazia parte dos meus gostos  literários. Mas este livros cativou-me do principio ao fim, a estória é interessante e levou-me sempre a virar a página. Gostei - BOM

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

História Secreta de Portugal - António Telmo

História Secreta de Portugal 
História Secreta de Portugal
António Telmo
Editora VEGA

Sinopse

"Há uma história oculta de Portugal. Não dizemos isto no sentido em que tudo se pode afirmar ter um aspecto oculto. Pensamos que houve entre nós (senão connosco) uma organização esotérica que, de uma maneira perfeitamente consciente e intencional, procurou a partir desta Pátria, a que deu existência, redimir o mundo do mal e da divisão."


OPINIÃO

Interessante

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O Marquês de Pombal - O Homem e a Sua Época - Mário Domingues















O Marquês de Pombal - O Homem e a Sua Época

Mário  Domingues
EDIÇÃO: 2a ed
PUBLICAÇÃO: Lisboa : Romano Torres, 1963

SINOPSE
Obra de - evocação histórica -  sobre o Marquês de Pombal  (Sebastião José de Carvalho e Mello) e a sua época,  da autoria de MÁRIO DOMINGUES, autor que nos habituou a trabalhos de grande qualidade na área da História.

Opinião

Muito Bom 

domingo, 10 de agosto de 2014

As Regras de Moscovo - Daniel Silva




Título: As Regras de Moscovo
Autor: Daniel Silva
Editora: Círculo de Leitores
Edição: Janeiro 2010
Páginas: 441


Sinopse: 
A morte de um jornalista leva Allon à Rússia, onde descobre que, em termos das artes do ofício da espionagem, até mesmo ele tem alguma coisa a aprender. Agora, está a jogar segundo as regras de Moscovo. E na cidade existe uma nova geração de estalinistas que conspiram para reivindicar um império perdido e desafiar o domínio global de um velho inimigo: os Estados Unidos da América. Um desses homens é Ivan Kharkov, um antigo coronel do KGB que construiu um império de investimento global sobre os escombros da União Soviética. No entanto, escondido no interior desse império, está um negócio lucrativo e mortífero. Kharkov é um negociante de armas - e está prestes a entregar as armas mais sofisticadas da Rússia à al-Qaeda. A não ser que Allon consiga descobrir a hora e o local da entrega, o mundo irá assistir aos ataques terroristas mais mortais desde o 11 de Setembro - e o tempo está a passar muito depressa. Cheio de prosa rica e de reviravoltas na trama de cortar a respiração, o livro As Regras de Moscovo é simultaneamente um entretenimento superior, uma cáustica história exemplar sobre as novas ameaças que estão a aparecer no Leste - e o melhor romance de Silva até ao momento. 

OPINIÃO
















sexta-feira, 1 de agosto de 2014

















A VOLTA DO DESEJADO

EDUARDO DE FARIA 

1 ª Ed.  EDITORA LIVRARIA PROGREDIOR

autor
título
A Volta do Desejado
editor
Livraria Progredior
ano de edição
1940
nº de páginas
224
época da acção
Séculos XX e XVI
sinopse
Romance que ficciona o regresso de D. Sebastião, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir, em pleno século XX, mas que, desiludido com o que encontra, abandona Portugal. 
primeiro parágrafo
Àquela hora, no jardim, pouca gente andava. A manhã, fria e carrancuda, convidava ao passeio e, a não ser dois vélhos sentados num banco à espera duma réstea de sol que tardava, quási se podiam contar pelos dedos as pessoas que se afoitavam a apanhar algum reumatismo nesse alto onde se sentia o vento com maior intensidade.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

As Noites das Mil e Umas Noites - Naguib Mahfouz

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AS NOITES DAS MIL E UMAS NOITES

Naguib Mahfouz


Biblioteca Sábado



Prémio Nobel de Literatura Este romance começa precisamente onde acabam “As Mil e Uma Noites”. O sultão, depois de ter ouvido, durante quase três anos, as histórias de Xerazade, decide casar-se com ela. Todos crêem que, graças à sua habilidade como contadora de histórias, Xerazade salvou a vida e semeou o amor e a piedade no coração do sultão, pelo que, daí por diante, a paz e a harmonia reinarão no país. Contudo, a mudança foi apenas superficial e o sultão, afinal, continuou a desconhecer a compaixão, o amor e a justiça, mantendo-se um homem poderoso, mas sem consciência. Como elevar a sua alma e ressuscitar-lhe a consciência? Só através de uma série de acontecimentos dilacerantes que lhe ensinarão o verdadeiro sentido do poder... Em As Noites das Mil e Uma Noites, toda a narração é uma alegoria rica de magia, de pormenores, do fantástico mundo árabe antigo e contemporâneo, com todos os seus conflitos políticos e religiosos. Nas próprias palavras do grande autor egípcio, As Noites das Mil e Uma Noites “é do mais importante que escrevi em toda a minha vida; nele se misturam a tradição com a modernidade, a realidade com a lenda”.

A minha opiinão

sábado, 21 de junho de 2014

Os Dez de Tânger - Eduardo Palaio

Os Dez de Tânger

Título: Os Dez de Tânger
Autor: Eduardo Palaio
Editor: Clube do Autor
Data de edição: Fevereiro de 2014

SINOPSE
Uma expedição contada e vivida por dez homens com existência real mas apagados nos mapas da nossa memória. "Os Dez de Tânger" centra-se nos caminhos tortuosos de uma expedição feita por soldados desconhecidos, nos segredos do povo miúdo arrebanhado para a guerra. Trata-se de uma história épica de dez homens com vidas reais que partiram à aventura de novos horizontes numa expedição ao Norte de África. Um episódio que ficará para sempre guardado nos anais da nossa História e que é aqui relembrado de forma épica e rigorosa.

OPINIÃO

Fraco






sexta-feira, 23 de maio de 2014

A Última Noite em Lisboa Sérgio Luís de Carvalho


A Última Noite em Lisboa


A Última Noite em Lisboa
Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 312
Editor: Clube do Autor
ISBN: 9789897241222

Sinopse 
A II Guerra Mundial vai no seu quarto ano. Numa Lisboa pobre, pacata e marialva, apenas os refugiados, as manobras militares da Legião Portuguesa e as filas que se começam a fazer à porta das lojas denunciam a existência de um distante e sangrento conflito.
Henrique é um jornalista que trabalha na revista A Esfera*, subsidiada pelos serviços secretos nazis, quando conhece a nova vizinha do lado, Charlotte, uma refugiada austríaca, cuja liberdade e antinazismo lhe vão abrir novas perspetivas. Cada vez mais, Henrique sente-se entre dois mundos antagónicos. De dia, trabalha entre convictos nazis; à noite, está com Charlotte e com Maria Carolina.
O que Henrique desconhecia é que os segredos e os mistérios da vida de Charlotte implicariam uma escolha dramática para os seus destinos.


OPINIÃO 

terça-feira, 20 de maio de 2014

A Filhado Barão - Célia Correia Loureiro



A Filha do Barão

A Filha do Barão
Célia Correia Loureiro Edição/reimpressão: 2014
Páginas: 580
Editor: Marcador
ISBN: 9789897540394

SINOPSE  (da contra capa do livro)

Quando D. João tece a união da sua única filha, Mariana de Albuquerque, com o seu melhor amigo - um inglês que investiga o potencial comercial do vinho do Porto -, não prevê a espiral de desenganos e provações que causará a todos. Mariana tem catorze anos e Daniel Turner vive atormentado pela sua responsabilidade para com a amante. Como se não bastasse, o exército francês está ao virar da esquina, pronto a tomar o Porto e, a partir daí, todo o país.
No seu retiro nos socalcos do Douro, Mariana recomeça uma vida de alegrias e liberdade até que um soldado francês, um jovem arrastado para um conflito que desdenha, lhe bate à porta em busca de asilo. Daniel está longe, a combater os franceses, e Gustave está logo ali, com os seus ideais de igualdade e o seu afeto inabalável, disposto a mostrar-lhe que a vida é bem mais do que um leque de obrigações.
1809. Num Portugal invadido só o amor poderá unir o que os homens dividem.

Classificação 10/10

                                                                                 

sábado, 10 de maio de 2014

O Palácio da Meia Noite - Carlos Ruiz Zafon



O Palácio da Meia-Noite
O Palácio da Meia-Noite
Trilogia da Neblina - Vol. II
Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 280
Editor: Editorial Planeta


SINOPSE  
No coração de Calcutá esconde-se um obscuro mistério.... Um comboio em chamas atravessa a cidade. Um espectro de fogo semeia o terror nas sombras da noite. Mas isso não é mais do que o princípio. Numa noite obscura, um tenente inglês luta para salvar a vida a dois bebés de uma ameaça impensável. Apesar das insuportáveis chuvas da monção e do terror que o assedia a cada esquina, o jovem britânico consegue pô-los a salvo, mas que preço irá pagar? A perda da sua vida. Anos mais tarde, na véspera de fazer dezasseis anos, Ben, Sheere e os amigos terão de enfrentar o mais terrível e mortífero mistério da história da cidade dos palácios. «Espero que gostem deste passeio pelo mundo crepuscular de Calcutá nos anos de 1930, onde as sombras da noite são mais espessas do que o sangue.»Carlos Ruiz Zafón


OPINIÃO

Uma estória de mistério bem construída, que prende da primeira página até à ultima. Zafón neste livro mais uma vez encanta pela mestria que tem para contar estórias de um modo simples e de leitura fácil mas cativante. Como no Príncipe da Neblina  e em Mariana, as personagens fantasmagóricas e maléficas do submundo do oculto, estão presentes, retratando nelas  os sentimentos mais mesquinhos e vis do ser humano e da sociedade - ódio - vingança.
O LIVRO é classificado como sendo para o público JOVEM, mas como diz  Zafón é para jovens dos 9 aos 99.
 É para quem aprecia um BOM LIVRO, com uma estória bem contada. 
Gostei muito - BOM LIVRO.
Classificação 10/10