«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

A NOITE DOS ASSASSINOS - Howard Blum

 


A NOITE DOS ASSASSINOS

Howard Blum

Editorial: Crítica
Tema: História
Coleção: Crítica Portugal


Sinopse de A Noite dos Assassinos:


1 de junho de 1943. O aeroporto da Portela, em Lisboa, fervilha de agitação.
O espião alemão aguarda pacientemente para fazer a chamada. Quando o telefone finalmente toca na Embaixada da Alemanha em Lisboa é ditada uma sentença de morte.
Mas, a operação fracassa. No avião que cai nos céus de Lisboa não está Winston Churchill, o alvo a abater, mas um sósia.
Nesse mesmo ano em novembro, os três líderes aliados Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e Joseph Stalin reúnem-se secretamente em Teerão. Mas os nazis descobrem o plano e Hitler vê aqui uma oportunidade. Embora a guerra esteja perdida acredita que, com novos líderes aliados, as negociações dos tratados de paz possam vir a ser mais benéficas para a Alemanha. Uma equipa de elite, altamente treinada e armada, liderada pelo capitão das SS Otto Skorzeny, conhecido como «O homem mais perigoso da Europa», é reunida e largada de paraquedas no Irão. Têm seis dias para completar a sua missão.
O agente dos serviços secretos norte-americano Mike Riley, um irlandês que se descreve como tendo «mais músculos que cérebro», responsável pela segurança pessoal de Roosevelt, terá de trabalhar com o agente soviético da NKVD, antecessora da KGB, para salvar os três líderes mundiais.
Em A Noite dos Assassinos, Howard Blum, autor best-seller do New York Times, revela a fascinante história secreta da conspiração nazi para matar os três homens mais importantes e fortemente protegidos do mundo. Um plano que, se tivesse sido bem-sucedido, teria mudado o curso da História e o futuro do mundo ocidental.
Uma história real repleta de suspense acerca de uma missão impossível e de um homem que enfrentou o desafio e evitou uma catástrofe mundial.

A história não contada do plano de Hitler para matar Roosevelt, Churchill e Stalin

Comentário:

Uma Crónica sobre factos reais, baseada numa exaustiva pesquisa documental, contados com o "sabor" a Romance de Espionagem, onde não faltam personagens bem caracterizadas, com uma narrativa cheia de suspense que cativa e envolve o leitor.

Classificação: 9/10  


domingo, 28 de novembro de 2021

Inês de Castro - Isabel Stilwell


 
Inês de Castro


Editorial: Planeta
Tema: Romance histórico
Coleção: PLANETA PORTUGAL




Sinopse de Inês de Castro:

A história de Inês de Castro como nunca ninguém lhe contou.

«— Repara agora na estrela que ali mais brilha – disse-lhe.

— Que parece um bocadinho encarnada?

Inês franziu o rosto para ver melhor.

— O seu nome, na minha língua, é Schedir. O coração da rainha.

Mas foi o meu coração que saltou no peito, quando Zulema acrescentou:

— Estava mais brilhante do que nunca no dia em que nasceste.»

Inês de Castro tremia na sua presença. Afonso IV era o rei que levara à morte o meio-irmão, Afonso Sanches, o seu adorado tio que a havia recebido como uma filha. O homem que tirara tudo à sua família. O homem que a expulsara sem dó nem piedade da corte para a afastar do seu único filho, acusando-a de ser uma perigosa espia. O homem que humilhava o seu Pedro que, tropeçando nas palavras, não conseguia impor-se ao pai e afirmar o amor por ela. O homem que nascera sob a estrela de Algol, como a avisara repetidas vezes a sua querida Zulema. Algol, a estrela do demónio...

Quando Inês ouviu o galope dos cavalos e viu o estandarte real caiu de joelhos e implorou, olhando os sete anéis de Afonso IV que a hipnotizavam. Mas o seu destino estava traçado.

Mais uma vez Pedro lhe falhara, cobarde, frágil, não estava ali para a defender, para gritar que ela era sua mulher, casados perante Deus, mãe dos seus filhos legítimos ….

Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos Inês de Castro, protagonista da maior história de amor de Portugal. Imortalizada nos espantosos túmulos de Alcobaça, contada em livros, quadros e lendas. Entre Portugal e Castela, entre intrigas, traições e casamentos reais, Isabel Stilwell traça, ao som do alaúde, o seu retrato de Inês de Castro, uma ágil espia que moveu as peças no tabuleiro do poder, amante apaixonada que enfeitiçava com os seus olhos verdes e, por fim, rainha de Portugal.

Uma história que ficou para sempre gravada em pedra.

A história de Inês de Castro como nunca ninguém a contou.

Comentário:

Isabel Stilwell pela sua pena dá vida a Inês de Castro, levando o leitor a descobrir a mulher "de carne e osso" que viveu, amou, odiou. Uma Inês diferente da dos livros de história que - "só" foi o grande amor de D. Pedro e  vitima do ódio de  D. Afonso IV. Isabel Stilwell conta a estória de Inês, para além da  Amante de D. Pedro, que foi "jogadora" e "peça" no tabuleiro dos jogos de poder entre Portugal e Castela, que foi movida por paixões, interesses, intrigas, traições, vinganças, morrendo vitima do amor e do ódio.

Classificação: 9,5/10

sábado, 6 de novembro de 2021

O Jardim dos Animais com Alma - José Rodrigues dos Santos








O Jardim dos Animais com Alma

José Rodrigues dos Santos

Gradiva / Outubro/2021


SINOPSE

O cadáver de um etólogo aparece num tanque do Oceanário. Pistas comprometedoras são descobertas na posse da sua colaboradora Maria Flor. A Judiciária decide prendê-la. Só uma pessoa a pode ajudar: Tomás Noronha.
Para ilibar a mulher, Tomás terá de encontrar o verdadeiro autor do crime. Isso implica compreender o trabalho secreto da vítima. E decifrar uma misteriosa pintura esotérica de Hieronymus Bosch. No fim do caminho está um dos mais maravilhosos segredos da natureza.
A inteligência, a emoção e a consciência animal.
Quem é o verdadeiro assassino? Porque foi morta a vítima? Qual a relação entre o homicídio e a pintura mística de Bosch? E, sobretudo, que ligação existe entre o crime e o genocídio que os seres humanos lançaram contra a vida no nosso planeta?
Quem são as verdadeiras bestas? Nós ou os animais?
Com O Jardim dos Animais com Alma, o escritor favorito dos portugueses está de volta com uma aventura que coloca o Homem diante da natureza e nos mostra quão bestas são os humanos e quão humanas são as bestas.
Baseando-se na pesquisa científica mais avançada, José Rodrigues dos Santos revela-nos as grandes descobertas recentes sobre os animais e confronta-nos com a sua verdadeira natureza.
 
Comentário 
Não é um romance, é antes um "relatório " de experiências, factos e noticias, apesar disso tem algum interesse a sua leitura, isto porque, José Rodrigues dos Santos, através de mais uma aventura de Tomás de Noronha, desperta a consciência dos leitores para - o problema do AQUECIMENTO GLOBAL.
O Homem na sua arrogância de . raça superior - entende que toda a Natureza (flora e fauna) existe para seu beneficio,, arroga-se no  direito de a usar  e de se servir, não interessam os meios, só os fins - os interesses de alguns homens - não os da HUMANIDADE - muito menos da própria NATUREZA da qual todos somos parte. Esta arrogância e ganancia  do animal homem  teve como consequência - o aquecimento global -  A resolução do problema esta no respeito pela NATUREZA.


Classificação: 7/10




segunda-feira, 25 de outubro de 2021

O Amor nos Tempos de Cólera - Gabriel Garcia Márquez

 







O Amor nos Tempos de Cólera

Gabriel Garcia Márquez

Editora Dom Quixote


SINOPSE

A estória de amor vivida por Florentino Ariza e Firmina Daza é contada com toda magia do realismo fantástico de Gabriel. É um livro envolvente, que cativa o leitor do começo ao fim e que acaba torcendo pelo final feliz. As reflexões sobre a vida, o amor e a morte, temas constantes em García Márquez, são explorados de forma magistral neste livro. Um livro para toda vida!

Comentário:

O Amor nos Tempos de Cólera, não é um simples romance de amor, nem o poderia ser, da pena de Gabriel Garcia Márquez não saem simples romances, é uma estória que pensa, que interroga, que analisa,  -  a vida, o amor, a sociedade - nos tempos difíceis de inícios do século XX nas Caraíbas. Mas poderia ser noutro qualquer local e noutro qualquer tempo.
Nas palavras, - de JOÃO DE MELO no posfácio deste edição - " ... O que melhor o romance comporta é uma atitude filosófica elementar: humanizada, através do amor, a morte inevitável dos homens, usando das premonições fantásticas que lhe conhecemos de outras escritas..." 

Classificação: 9/10



quinta-feira, 7 de outubro de 2021

1821 O Regresso do Rei - Armando Seixas Ferreira


 







1821 O Regresso do Rei

Armando Seixas Ferreira

Editorial: Planeta
1ª edição Setembro de2021
Tema: História
Coleção: PLANETA PORTUGAL


Sinopse de 1821 O Regresso do Rei:

Um relato empolgante sobre a viagem de regresso do rei D. João VI a Portugal.

A 26 de abril de 1821, uma esquadra de 12 navios chefiada pela nau D. João VI partia do Rio de Janeiro, com três a quatro mil pessoas a bordo, rumo a Portugal. Era o regresso do monarca a Lisboa depois de quase 14 anos de ausência no Brasil. Partia em lágrimas, ali vivera os dias mais felizes da sua vida. Para trás deixava o filho D. Pedro dizendo: «Antevejo que o Brasil não tardará a separar-se de Portugal. Neste caso, antes quero que tomes a coroa para ti do que vê-la passar da Casa de Bragança para as mãos de algum aventureiro.»

Se a dramática partida da corte para o Brasil em 1807 é amplamente conhecida, pouco sabemos sobre esta viagem de regresso. O jornalista Armando Seixas Ferreira consultou diários de bordo, documentos da época e fontes inéditas, para nos trazer um relato empolgante sobre a vida da corte em terras de Vera Cruz, esta viagem náutica de 68 dias, e traçar um retrato de todo este período épico da nossa História que culmina com a Independência do Brasil, em 1822.

A 3 de julho de 1821, D. João VI chega finalmente a Lisboa. Visivelmente emocionado, vestido de gala, é recebido com entusiasmo e aplausos pelo povo e pelos deputados que lhe oferecem um exemplar da Constituição. Portugal tinha mudado, no horizonte aproximava-se a guerra civil e D. João VI não voltaria a encontrar a paz e tranquilidade que sentiu no Brasil.

Comentário;

Crónica da "torna viagem" de D. João VI é um importante contributo para o estudo deste período da nossa Historia - A partida da corte para o Brasil em 1807 - 1821 O Regresso do Rei, que culmina com a Independência do Brasil, em 1822.- 


sábado, 2 de outubro de 2021

O País do Solidó - José Rentes de Carvalho








O País do Solidó
José Rentes de Carvalho
1ªEdição - Junho 2021
QUETZAL Editores

Sinopse

São histórias reais de gente inventada e histórias inventadas de gente real, mulheres destemidas e homens combativos ¿ mas também capazes de momentos desprezíveis e de atitudes medrosas. Corajosos e malandros, mentirosos, que fazem pela vida. Gente de carne e osso que aprendeu a desconfiar e a sobreviver num país do solidó, sempre com aquela musiquinha em fundo, atrevida e monótona, divertida e medíocre. No país do solidó, estes retratos são instantâneos das vidas verdadeiras que não aparecem nos jornais nem na sociologia universitária, mas frequentam as redes sociais e as igrejas que ainda restam. Entre o conto e a crónica, trocando os nomes e avariando as grandes teorias sobre o funcionamento da pátria, J. Rentes de Carvalho não dá explicações sobre um mundo que não quer ser explicado — mas observa-o com humor, cumplicidade, atrevimento, uma compreensão que não pede distância mas proximidade. São personagens que não receberão medalhas no Dia de Portugal; mas compõem um dos melhores retratos de todos nós.

Comentário

Histórias, pequenas memórias da vida do próprio ou de outros, que caracterizam pessoas e ou situações, um retrato, com humor, algum drama, por vezes tristeza, sempre com saudade deste País do Solidó, que é o nosso.

Classificação: 8/10 


segunda-feira, 27 de setembro de 2021

O Renegado - A. CANO & V. MILLÁN

 








O Renegado

A. CANO & V. MILLÁN

1ª Edição/ Porto – Junho 2007

Editora: Fronteira do Caos


SINOPSE

Oriundo de uma ilustre família de clérigos de Córdova, Fernando del Pozo vai combater o Islão no Norte de África, ao serviço da coroa espanhola. Capturado em combate, renega a sua fé e converte-se em Solimão Qurtubí. Alguns anos depois, em Alcácer-Quibir, tem nas mãos o destino de três reinos – e Filipe II fica a dever-lhe a anexação de Portugal…

Comentário

Leva o leitor ao outro lado da batalha Alcácer-Quibir, numa prosa cativante revela a história, menos conhecida, de Solimão del Pozo e a influencia que este teve na derrota e morte de D. Sebastião naquela batalha de má memoria para a História de Portugal. 

Classificação: 10/10


domingo, 19 de setembro de 2021

D. João II (O Homem e o Monarca) - Mário Domingues








D. João II (O Homem e o Monarca)
Mário Domingues
Série Lusíada
Edição Romano Torres / Lisboa 1960

Mário Domingues, neste volume da "Série Lusíada" de evocação histórica, sobre D. João II - o Homem e o Rei, oferece ao leitor uma visão diferente de D. João II, revela não só O Rei mas também O Homem   A história contada pela pena deste autor, ganha uma fascinação de romance da vida real, muito embora ele respeite e se cinja à rigorosa verdade dos factos. A sua maneira única de contar e apresentar os factos históricos,  esclarecendo e descobrindo, na personagem tratada,  uma alma e uma sensibilidade humanas por vezes nem sempre percetível em outras obras. O seu modo, quase único de "contar" a historia  constitui um  dom do Autor, conferindo-lhe  um estilo próprio,  que o tornou no sua época um dos maiores divulgadores de História,  ainda hoje apreciado,

Classificação 10/10 

 

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Os Vencidos Da Vida - A.A. V.V.





 




Os Vencidos Da Vida
A.A. V.V.
2ª Edição/ Abril 2006
Editora: Fronteira do Caos

 

EÇA DE QUEIROZ, OLIVEIRA MARTINS, RAMALHO ORTIGÃO, CARLOS LOBO D’ÁVILA & OUTROS (Fevereiro de 2006)

Dizia Fialho de Almeida, criticando com azedume os Vencidos: “Dúzia e meia de ratões que, quando juntos, o que pretendem é jantar; depois de jantar, o que intentam é digerir; e digestão finda, se alguma coisa ao longe miram, tanto pode ser um ideal, como um water-closet.” Disparava Eça de Queiroz, numa resposta à “ressoante publicidade que a imprensa erguia em torno do grupo jantante”: “O que é estranho não é o grupo dos Vencidos – o que é estranho é uma sociedade de tal modo constituída que no seu seio assume as proporções de um escândalo histórico o delírio de onze sujeitos que uma vez por semana se alimentam.”


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

A Balada do Ouro Nazi - Hélder Medeiros

                                                             








A Balada do Ouro Nazi

Hélder Medeiros

Ed. Janeiro/2017

Editora: Letras Lavadas 


SINOPSE

Policial que coloca uma série de eventos extraordinários a acontecer na ilha de São Miguel. Uma sequência de homicídios, perpetrados por um sádico assassino, o “Carniceiro do Bosque das Crianças”; um grupo de engenhosos assaltantes procurados pelas autoridades europeias, conhecido como “Os Fantasmas de Paris”; a transferência de uma fortuna em ouro para os EUA, cujo ponto de passagem será o porto de Ponta Delgada; e a seita da Ordem do Arcanjo.
Será que estes eventos isolados têm alguma ligação entre si? E se sim, qual é o sentido deles?

Comentário:

Uma trama cheia de acção e suspense, que transmite ao leitor uma crescente expectativa e até ansiedade, rumo ao deslindar da estória, que inesperadamente muda o "statu-quo", surpreendendo  a cada página, prende o leitor, mantendo-o atento, interessado e cada vez mais envolvido.

Classificação: 9/10

terça-feira, 17 de agosto de 2021

O PAÍS DO CARNAVAL - Jorge Amado












O PAÍS DO cARNAVAL

Jorge Amado

30ª Edição

Editora Record


SINOPSE

Este é Publicado em 1931, faz um retrato crítico da imagem festiva e contraditória do Brasil, a partir do olhar do personagem Paulo Rigger, um brasileiro atormentado pela inquietação existencial que, após sete anos em Paris, regressa a um país com o qual não se identifica. Bem recebido pela crítica e pelo público, o livro aborda as questões de uma juventude plena de inquietude, numa ansiosa e mesmo angustiada busca de verdades e do sentido da vida. Trata-se, em suma, de um retrato geracional - tecido a partir das rondas de Paulo Rigger pelos círculos boémios e literários da cidade da Bahia, em inícios do século XX. No final, insatisfeito e desencantado, marcado por uma renúncia preconceituosa ao amor, que inesperadamente encontrara, e aturdido pelas contradições que o rodeiam, Rigger embarca, no porto do Rio de Janeiro, com destino à Europa. Leva consigo as suas dores, deixando para trás uma cidade alucinada pelos ritmos e brilhos do Carnaval.
Considerado subversivo, O País do Carnaval estava entre os livros de Jorge Amado que foram queimados em praça pública em Salvador, por determinação da polícia do Estado Novo, em 1937.

Comentário:
Ainda não tina lido - O PAIS DO CARNAVAL - o primeiro romance de Jorge Amado, escrito quando ele tinha apenas dezoito anos. Apesar de ser o seu primeiro romance, o talento deste grande escritor está presente em cada frase, em cada página , "  faz um retrato crítico da imagem festiva e contraditória do Brasil ... Trata-se, em suma, de um retrato geracional - tecido a partir das rondas de Paulo Rigger pelos círculos boémios e literários da cidade da Bahia, em inícios do século XX" Mostrando já neste - seu primeiro romance - o seu génio para  caracterizar e caricaturar a sociedade brasileira, principalmente da sua "amada" Bahia. 

Classificação 10/10

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

A DESONRA DE D. AFONSO VI - Jorge Sousa Correia

      

                   

                                                                 
                  




A DESONRA DE D. AFONSO VI

Jorge Sousa Correia

Editor: Clube do Autor

Grato ao Autor - Jorge Sousa Correia - pela oferta.

SINOPSE
D. Afonso VI não era para ser rei. Precedia-o um irmão mais velho, D. Teodósio, que não resistiu à doença, deixando o reino para o irmão, cujas deficiências físicas e mentais eram evidentes.
É este reinado, controverso e conturbado, que encontramos no novo livro de Jorge Sousa Correia, autor de vários romances históricos sobre grandes reis da nossa História.
D. Afonso VI foi aclamado rei após a morte de D. João IV, mas só reinaria a partir de 1662, depois de a mãe, D. Luísa de Gusmão, deixar a regência do reino. O rei foi acusado de impotência pela mulher, esposa impúdica e adúltera que, dando as mãos a D. Pedro, irmão desleal e ambicioso, arrancou da cabeça do Rei a coroa para colocá-la na cabeça do Infante.
Mas houve mais, e este acabaria por ser acusado dos piores pecados num julgamento orquestrado pela rainha, pelos jesuítas e pelo poderoso duque de Cadaval.
Depois das inclinações vis, os gostos obscenos, as fúrias violentas, ficou a D. Afonso VI a mansidão e a loucura obediente, até que uma qualquer decisão o fizesse desaparecer para sempre. Esse dia chegaria na forma de desterro.

Comentário:

Afonso, - o narrador - um fidalgo e fiel amigo ao serviço de D. Afonso, conta a história da desonra de D. Afonso VI, a Pedro - o ouvinte - um capitão  seu novo vizinho. A história que Afonso conta é a de um Rei "que nunca o soube ser" e que nunca o deixaram ser. O narrador dá a conhecer uma versão diferente de D. Afonso, não  desculpa, mas compreende e aceita  os seus "desmandos". Ao longo da história que conta, - ao ouvinte - , que é na narrativa como que uma consciência critica do narrador, apresenta factos e explicações para sua versão da "desonra" do seu Rei (e amigo), desonra, que nas palavras de narrador, tem muito de criada e inventada por aqueles que cobiçando o poder tudo fizeram para o alcançar. D. Afonso foi vitima da ambição de seu irmão D. Pedro, que não pretendia só o Reino mas também a Rainha e, de muitos outros que por interesses próprios se aproveitaram da sua diferencia física e psicológica.

Apresenta  uma versão diferente do reinado e do rei  D. Afonso VI,  "que nunca o soube ser" não só pela deficiência física e psicológica, mas também pela cobiça e ambição de outros que nunca o deixaram ser. Versão que apesar de diferente não põe em causa os factos históricos, só analisa alguns a uma outra luz, não lhe tirando o rigor histórico. O ouvinte faz a critica das fontes.

Classificação: 9,5/10  

terça-feira, 27 de julho de 2021

Factos Memoráveis da História de Portugal - Luís de Almeida Macedo

                                                    


Factos Memoráveis da História de Portugal

Luís de Almeida Macedo

Editora: Alma dos Livros

1ª edição - Setembro 2017



Todas as nações do mundo têm tido épocas de brilhantismo; esta verdade apresenta-se naturalmente ao espírito quando se indagam os seus anais: aqueles de Portugal são assaz interessantes. Desde há muito que os feitos do povo português se tornaram dignos de ocupar as páginas da História. Ou não fosse esta uma nação valente e cheia de heróis.
 
Este livro é um autêntico resumo da História de Portugal feito através da narração dos acontecimentos mais importantes e marcantes da história do nosso país desde a Antiguidade até ao século XIX. Acompanha a nação desde o berço e conduz-nos através de uma extraordinária epopeia dos feitos mais grandiosos dos portugueses através dos séculos.
 
Descubra ou recorde os episódios mais notáveis da vida da nação lusitana, num quadro autêntico e fiel que ilustra um povo único e fascinante. São mais de cinquenta capítulos com relatos brilhantemente contados e que nos levam diretamente para épocas gloriosas e de extraordinárias conquistas.

Comentário: 
Um "livro de mão" de História de Portugal, os " Factos Memoráveis da História de Portugal " escolhidos para compor este livro, permitem uma passagem "rápida" pela Nossa História. Pelo rigor da informação, ainda que resumida,  de cada facto seleccionado, é uma boa obra de divulgação histórica e de  consulta obrigatória para quem quer conhecer o essencial da História de Portugal. Sendo também um convite para ir mais fundo no conhecimento da História Pátria. 

Classificação 10/10  

domingo, 25 de julho de 2021

FELECIANO - A. M. Pires Cabral

 


    





FELECIANO

A. M. Pires Cabral 
Edições Tinta da China
1ª Edição / Junho de 2021

A.M. Pires Cabral nasceu em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em 1941. Licenciou-se em Filologia Germânica. Foi professor e animador cultural. Publicou vários volumes de crónicas e de ficção, tendo ganho o Prémio Círculo de Leitores, o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco e o Grande Prémio de Literatura

É com orgulho como Macedense que publico esta entrada no meu "blogue"


SINOPSE

UM ROMANCE PICARESCO, RETRATO DE PORTUGAL NO SÉCULO XX

Ninguém pense que o nosso protagonista, lá por ter recebido na pia o nome de Feliciano, reforçado pelo sobrenome de Boaventura, foi um homem feliz. Pelo contrário, foi a mais infeliz das criaturas, a quem tudo de mal aconteceu na sua existência breve, desde o berço até à cova. Seria caso para dizermos que o nome da personagem é tragicamente irónico — se não soubéssemos que é antes um inofensivo divertimento do autor.

Feliciano é em primeiro lugar a história das mil desventuras de um homem malfadado, que aos poucos o vão levando à loucura e à morte. É também o retrato de uma vila do interior, com as suas figuras típicas e os seus tiques, e do seu confronto com os novos tempos que desembocam no 25 de Abril. E é ainda uma reflexão sobre o mistério da sorte e do azar.

Comentário: 
Deixou  a sua mão ensinar o caminho ao material de que disponha e construiu  uma história, contando a desventurada  vida  de Feliciano Boaventura,  caído à nascença  na teia de Madame Malapata, tão pouca ventura teve, que  se  batizado  com o nome - INFELICIANO MAVENTURA -, pela primeira vez profético teria sido o  "vinho" do padre Inácio Bulas. 
Tendo como material  uma tão mal fadada vida, contar história que viesse a ser  Obra Literária,  só se o livro se fosse escrevendo, talvez de quando em quando a si próprio,  mas sempre pela mão e com a Arte de quem escreveu. Resultou assim, graças a mão e à Arte do escrevedor, outra coisa não se esperava dessa mão, uma GRANDE OBRA LITERÁRIA.

Classificação 10/10






domingo, 18 de julho de 2021

A ESTREIA DO AUTO DA ÍNDIA - João Paulo Oliveira e Costa








A ESTREIA DO AUTO DA ÍNDIA - ROMANCE HISTÓRICO - 

João Paulo Oliveira e Costa

Edição/reimpressão: Abril de 2021

Circulo de Leitores / Editor: Temas e Debates

SINOPSe

Numa tarde de primavera do ano de 1509, a pacatez de Almada é  sobressaltada pelo aparecimento de Zeferino, um antigo degredado, regressa da Índia e encontra a sua esposa casada com o sobrinho do alcaide; o degredado percebe então que a sua morte tinha sido anunciada havia sete anos. E, embora seja atirado de novo para os calabouços, Zeferino não desiste da sua Filipa. No mesmo dia começam a chegar à vila Gil Vicente e os atores que iriam representar dentro de poucas semanas o Auto da Índia. A protagonista do auto é uma cristã-nova, de memórias tristes, que tem o seu marido na Índia. Entretanto, o desassossego toma conta da vila: Vasco de Melo, chefe dos espiões d’el-rei, e os seus auxiliares montam o cerco a um pirata e em poucos dias ocorrem quatro assassinatos, envoltos num mistério insolúvel; a única pista é uma velha, logo transformada em bruxa, mas o alcaide também levanta suspeitas. Finalmente, a vila sossega e a rainha D. Leonor assiste à estreia do Auto da Índia sem saber que perto de si está a pessoa responsável pelos terríveis quatro crimes que atemorizaram a vila; enquanto isso uma nau da Índia chegava a Cascais e o enredo teatral torna-se realidade.

Comentário:

"Em 1509, Gil Vicente produziu e apresentou, em Almada, o Auto da Índia para a rainha D. Leonor, irmã de D. Manuel I, viúva de D. João II e neta de D. Duarte." 
Partindo deste facto histórico, - João Paulo de Oliveira e Costa, em A Estreia do Auto da Índia, com uma  linguagem simples e acessível, conta uma estória dentro da história, em que a ficção (estória) se encaixa com perfeição na realidade (história), onde não falta a acção, mistério, amor, ódio, vingança. Pela qualidade da narrativa transporta o leitor para o palco da estória e da história.

Classificação: 10/10

domingo, 4 de julho de 2021

O SEGREDO DO MERCADOR DE LIVROS - Marcello Simoni







O SEGREDO DO MERCADOR DE LIVROS

Marcello Simoni

1ª Edição Maio 2021

Chancela: Clube do Autor



SINOPSE

O Segredo do Mercador de Livros transporta o leitor para a Europa do século XIII.  Numa época marcada pela ignorância, esta é a história da demanda de um homem pela sabedoria, uma busca forte e determinada que abala os poderes instituídos.

A fama de Ignazio de Toledo precede-o. O famoso caçador de relíquias viaja pela Europa medieval à procura de manuscritos raros. Quando um segredo do seu passado desperta a atenção dos frades dominicanos e ameaça o legado do rei Afonso IX de Leão, o mercador vê-se enredado num conspiração vertiginosa e sem precedentes.

Tal como já habituou os seus leitores, Marcello Simoni volta a oferecer-nos uma verdadeira viagem no tempo, não apenas pelo rigor da reconstrução histórica, mas também pelo realismo com que retrata crenças, esperanças, desejos e medos de quem viveu na época.


Comentário:


Uma demanda, na Idade Média, em busca de saberes antigos, com aventura, acção, onde não falta, mistério, intriga, vingança. Todos estes jogos de poder e interesses com contornos políticos, religiosos  e pessoais, estão bem caracterizados no contexto da Idade Média.


Classificação: 8/10


sábado, 26 de junho de 2021

TÃO PERTO ... - Maria Amália R. C.


                                                                                                       


                     




TÃO PERTO ...
Maria Amália R. C.
Projecto Foco 
1ª Edição Abril de 2021

SINOPSE

Lisboa, final do século XX, Maria do Carmo passeia toda a sua solidão pela margem do Tejo levando consigo a tristeza e o vazio de uma vida onde apenas no trabalho encontra conforto. Simultaneamente, os jovens Zé Diogo e Marta celebram pequenas vitórias e fazem entusiásticos planos para o futuro. Mas a vida é cheia de surpresas, principalmente quando algumas pessoas se consideram no direito de a manipular em seu benefício. "Tão Perto" não é só um romance de amor e enganos, é também uma história de amizade, lealdade e de um doloroso despertar para a vida.

Comentário: 

"Tão Perto..." é pela realidade - ficcionada - que nos conta, mais que uma simples estória de amor, enganos,  amizade, solidão, tristeza. "Tão Perto..." é uma "parábola" da vida de cada um, que nos demonstra que na vida o outro lado -  amor, enganos,  amizade, solidão, tristeza -  por vezes está "Tão Perto...". 

"Tão Perto..." vale a pena ser lido porque a sua "escrevedora" consegue numa escrita simples, mas estimulante, cativar o leitor página a página, levando-o a despertar para que aquilo "... que tanta falta fizera ao longo da vida, afinal sempre estivera tão preto..."

Classificação 9/10



quinta-feira, 17 de junho de 2021

D. Manuel I - Duas Irmãs para um Rei - Isabel Stilwell









D. Manuel I - Duas Irmãs para um Rei
Isabel Stilwell 

Editor: Editorial Planeta

Edição: Junho de 2020

Sinopse de D. Manuel - Duas Irmãs para Um Rei:

Uma história extraordinária  de aventura e crueldade, riqueza e desgraça, amor e ódio.

Justa, a sua querida ama, não duvidava de que era o Escolhido, aquele que as profecias anunciavam estar destinado a reconquistar Jerusalém, e a unir os homens sob a mesma Fé.

Não nasceu para ser rei, mas a roda da fortuna tornou-o duque de Beja e herdeiro de D. João II. Viu morrer o sobrinho e assassinar irmão e cunhado para subir ao trono a 27 de outubro de 1495.

As naus do Venturoso chegaram à Índia e ao Brasil construindo um Império, digno do rei mago do Ocidente, como, em segredo, se intitulava.

Ao som da música, tornou Lisboa no centro do comércio das especiarias, as suas ruas animadas por mercadores, espiões, intrigas e riquezas nunca antes vistas.

Isabel, viúva de Afonso, filho de D. João II, resistiu ao casamento. Queria viver a sua tristeza em paz. Mas Manuel era determinado. Desde aquele dia em que os seus olhares se cruzaram em Moura, sabia que Isabel havia de ser sua. Por ela faria tudo, inclusive expulsar os hereges de Portugal, e depois os judeus. Mas mais uma vez a roda da fortuna girava e a sua felicidade durou pouco.

Isabel morria no parto, e o seu único filho não sobreviveria. Era preciso garantir a descendência. Maria, irmã de Isabel, esperara, apaixonada, e o seu tempo tinha chegado. Seria rainha de Portugal e mãe de dez filhos, entre eles seis varões.

 Comentário:

Isabel Stilwell, mais uma vez,  em - D. Manuel I - Duas Irmãs para um Rei - dá "vida" à História, com  sua arte de contar  "estorias",  transporta o leitor para o final do sec. XV - inicio do sec XVI,  pela sua "pena" estamos presentes  no dia a dia da corte do Rei D. João II e D. Manuel I, assistimos ao "acontecer" da história,  tal é a  verossimilhança da sua narrativa, pela forma perfeita como a ficção se mistura com os factos históricos, sempre enquadrada no contexto da época, sem por em causa a verdade histórica. 

Classificação: 10/10