«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

PORTUGAL NA IDADE MÉDIA - Sérgio Luís de Carvalho

 

PORTUGAL NA IDADE MÉDIA
Sérgio Luís de Carvalho
Edição ou reimpressão: 21/10/2020Chancela: Categoria: Temática: Uma obra de grande fôlego sobre um dos períodos mais complexos e fascinantes da nossa História. Portugal Medieval - Da fundação da nacionalidade no século XII até à expansão marítima no início do século XVI. 
SINOPSE
A Idade Média tem má fama. De facto, a este largo período de mais ou menos mil anos, que vai da agonia do Império Romano até à Expansão europeia, estão associadas amiúde as pestes e a fome crónica, a falta de higiene, o fanatismo religioso/inquisitorial e a ignorância, a rudeza e a brutalidade, a guerra endémica, o obscurantismo e a repressão. Mas nem só de sombras se faz a sua História…
A Idade Média portuguesa e europeia é, por essência, cristã e agrícola, feudal e senhorial, árdua e mística, violenta e ordeira. Portugal nasceu de uma sublevação das elites portucalenses contra o reino de Leão, alargando-se tal pulsão autonomista dessas elites para o povo. Depois, alargou-se o território para sul. Daí adveio, contudo, uma particular unidade. Essa foi, de resto, não só uma primeira originalidade, como foi igualmente o dealbar.
A génese e construção de Portugal ocorreria entre as primeiras andanças de D. Afonso Henriques até à conquista definitiva do território, com D. Afonso III. Depois, veio a consolidação de uma identidade com a afirmação de uma língua nacional, de um Estado e de uma cultura própria. Com D. João I, Portugal e a sua gente refez-se. Os Descobrimentos foram a sequência lógica de uma nação que, com a dinastia de Avis, era já pequena nas suas fronteiras. 
Como se vivia na Idade Média? Como se amava? O que se vestia e o que se comia (e o que não se podia comer ou vestir)? Como se viajava? O que se fazia em caso de doença? Como se estudava e como se amparavam os desvalidos? Quem mandava? Como se faziam as leis e se aplicava a justiça? Como se rezava e em que é que não se podia acreditar? Que idioma se falava? De que se tinha medo? Qual era o aspeto das vilas e das casas? Como se vivia a dor e o prazer?
Esta é uma viagem à Idade Média portuguesa. Nestas páginas redescobrimos um Portugal aparentemente perdido nas brumas do tempo, mas que pode ser reencontrado em cada esquina das nossas terras mais antigas e em cada recanto da nossa memória coletiva. E de repente, tudo nos parecerá familiar, como se o passado nos entrasse subitamente em casa…
Uma descoberta surpreendente de uma época marcante da nossa História, através de uma linguagem coloquial, mas rigorosa. Uma época considerada tantas vezes tenebrosa, mas que, afinal…


Comentário.

 PORTUGAL NA IDADE MÉDIA de Sérgio Luís de Carvalho, é uma obra de divulgação de história, (para não lhe chamar - Ensaio - respeitando a vontade do Autor ao dizer  "tomamos a decisão de o aliviar de algumas características básicas inerentes aos manuais destinados aos académicos e aos estudiosos da História"), de fácil leitura, acessível, por vezes até com algum humor, mas sem perder a seriedade e o rigor de um manual destinado aos académicos e aos estudiosos, apesar de o não ser.  Era necessário um livro assim para desmistificar a História, ao leitor menos conhecedor desta, para trazer - luz - sobre a Idade Média (não só em Portugal), que alguns Académicos ainda a descrevem como a idade das trevas.

Classificação: 10/10


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

A Lua e as Fogueiras - Cesare Pavese


 






A Lua e as Fogueiras
Cesare Pavese
Editor:Livros do Brasil
Colecção: Dois Mundos

SINOPSE

Depois de vinte anos emigrado na América, um homem regressa à Itália da sua juventude. Percorre os caminhos da aldeia onde viveu ainda rapaz, atravessa os campos e descobre que à sua volta tudo mudou. Tudo menos a paisagem e Nuto, um velho amigo com quem gosta de falar do passado. Ao seu espírito acorrem as imagens de outros tempos, os primeiros amores, as primeiras experiências de vida, mas entretanto outros acontecimentos intervêm, já não recordações, mas a cega loucura do presente, outros fogos que não são já as fogueiras que os camponeses acendiam, mas incêndios provocados pela raiva ou pelo desespero. Romance que precede em poucos meses o suicídio do autor, em 1950, A Lua e as Fogueiras é uma história sobre a passagem do tempo, as cicatrizes que se acumulam no homem e, em contraponto, a impassibilidade da natureza. Um texto que revela em pleno os talentos de Cesare Pavese.

Comentário.
Romance - autobiográfico?! - ou pelo menos uma reflexão, um ajuste de contas com a vida, antes de a deixar. Na verdade esta foi a última obra escrita pelo autor, poucos meses depois Cesare Pavese suicida-se, num quarto de hotel em Turim. 

Num texto de fácil leitura, apesar da sua dureza, mas por vezes com humor Cesare Pavese narra o seu regresso à terra natal. onde a deambular pelas ruas e lugares da sua juventude, nas  conversas com o amigo de infância, faz uma reflexão, um ajuste de contas com a vida, procura resposta para questões mal resolvidas, talvez até mesmo o remorso  de abandono de alguns ou o sentimento da abandonado por outros, que estiveram sempre presentes a necessitar de esclarecimento.  

- Obrigado "LIVROS DO BRASIL" - Gostei

Classificação 8/10


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

A CONSPIRAÇÃO DE PERNAMBUCO - MANUEL PINHEIRO CHAGAS








A CONSPIRAÇÃO DE PERNAMBUCO
MANUEL PINHEIRO CHAGAS
1ª Edição - Porto 2006
Editora: Fronteira do Caos


O texto que agora disponibilizamos, constitui um dos mais belos ensaios da autoria de Pinheiro Chagas. A acção decorre no Brasil, no século XVII, durante a restauração da independência nacional e da luta entre portugueses e holandeses pela posse da colónia.
A história trata de uma conspiração, ao nível das mais altas esferas do poder político e religioso, em que são apresentadas algumas das mais importantes contradições que se podem colocar ao ser humano: O amor à pátria, e a melhor forma de a servir; a fidelidade aos princípios éticos e religiosos; as lealdades e afectos humanos perante a tolerância e a nobreza de pensamento. O autor explora com mestria a ambivalência que caracteriza o ser humano na sua extrema complexidade


Comentário
Este Romance Histórico - A Conspiração de Pernambuco - de Pinheiro Chagas - é uma simbiose perfeita entre a realidade e a ficção. Enquanto   que na Introdução Histórica  temos - Pinheiro Chagas - O Historiador - Onde faz uma analise critica e criteriosa do período histórico em que a acção do romance se desenrola, dando ao leitor a informação necessária para entrar e compreender a narrativa ficcionada. Na narrativa temos agora  Pinheiro Chagas - O Escritor,  que numa narrativa leve e cativante, ficciona a história das venturas e desventuras de um herói ficcionado  Rodrigo Teixeira, enquadradas no contexto histórico, vividas a par com os heróis históricos -  João Fernandes da Veiga; Frei Manuel Calado (entre outros) nas lutas pela expulsão dos holandeses de Pernambuco. 
Pinheiro Chagas - Romancista, não esquece ao longo de toda a narrativa, o Pinheiro Chagas - Historiador, fazendo assim a simbiose perfeita entre a realidade e a ficção.

Classificação 9/10

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O Ladrão de Livros - Carlos J. Barros








O Ladrão de Livros
Carlos J. Barros
1ª Edição -Porto - Março de 2009
Editora - Fronteira do Caos

O Ladrão de Livros é um convite a uma meditação interior, a uma viagem pela nossa solidão, com um destino bem definido a nossa redescoberta. É ténue a fronteira entre o sonho e a realidade. Realidade que nos conduz a uma paz e nos ensina a sorrir para a vida, independentemente das circunstâncias, dos nossos recalcamentos, dos nossos fantasmas...
"É preciso acreditar, para darmos o próximo passo"

Comentário 
Este romance  é uma reflexão sobre - a "Alma" dos Livros, - a Alma do Escritor que fica no livro que escreve, - o Leitor  que rouba a "Alma" do Livro.
O Escritor transmite, a cada uma das  personagens que cria, um pouco da sua alma, estas ao longo da narrativa ganham  "alma" independente da de quem as criou, escolhendo, por vezes, caminhos alternativos sulcados pelo meio da "alma" do escritor, levando este a descobrir recantos da sua, que desconhecia ou que estavam esquecidos no fundo de si mesmo. 
O Leitor, ao satisfazer a sua necessidade de ler, alimenta-se da alma do livro que lê, rouba-lhe a alma, mas não a mesma que o escritor deixou, porque outra é a "alma" do Leitor, diferente é o que absorve da alma do livro que lê. Cada leitor que lê o livro absorve dele uma alma diferente, não há dois leitores iguais, não há duas almas iguais, mas há num livro vários livros, tantos quantos os leitores que lhe roubam a alma.
Este livro alimentou a minha alma de leitor, fazendo-lhe bem, dando significado à máxima (deste leitor) - LER FAZ BEM À ALMA. -

Classificação 10/10