Cartas Vermelhas
Ana Cristina Silva
Oficina do Livro
Edição: Setembro 2011
SINOPSE
Nascida em Cabo Verde de família branca e
abastada, Carol nunca se resignou à miséria das ilhas. E, movida pelo sonho de
construir uma sociedade mais justa, ingressou ainda jovem no Partido Comunista.
Não se importando de usar a beleza como arma ideológica, abraçou a luta
revolucionária, apaixonou-se por um camarada e ficou grávida pouco antes de ser
presa. Foi a sua mãe quem tratou de Helena nos primeiros tempos, mas, depois de
libertada, Carol levou-a para Moscovo, onde trabalhou nas mais altas esferas do
Comintern. Aí, o contacto com as purgas estalinistas não chegou para abalar as
suas convicções, mas o clima de denúncia e traição catapultou-a para o cenário
da Guerra Civil espanhola, obrigando-a a deixar Helena para trás; e, apesar de
ter escapado aos fuzilamentos franquistas, a eclosão da Segunda Guerra Mundial
impediu Carol de voltar à União Soviética para ir buscar a criança. Será apenas
vinte anos mais tarde que mãe e filha se reencontrarão em Berlim; mas a frieza
e o ressentimento de Helena farão com que, na viagem de regresso a Lisboa,
Carol decida escrever um romance autobiográfico com o qual a filha possa, se
não perdoar-lhe, pelo menos compreender as circunstâncias do abandono, a
clandestinidade, a prisão, a guerra, a espionagem e o inconcebível casamento
com um inspector da polícia política. Inspirado na vida de Carolina Loff da
Fonseca, este romance extremamente empolgante vai muito além dos factos,
confirmando Ana Cristina Silva como uma das mais dotadas autoras de romance
psicológico em Portugal.