Nobel de Literatura de 1998
José Saramago
Janeiro 1999 / Círculo de Leitores
"Escrevi o meu primeiro livro aos 25 anos, em 1947. Chamava-se a "Viúva". Foi publicado pela Minerva, mas o editor achou que "A Viúva" não era um título comercial e sugeriu que se chamasse "Terra do Pecado".
Pobre de mim, queria era ver o livro editado e assim saiu. De pecados sabia muito pouco e, embora a história comporte alguma actividade pecaminosa, não eram coisas vividas, eram coisas que resultavam mais das leituras feitas do que duma experiência própria. Não o incluo na minha bibliografia, apesar de os meus amigos insistirem que não é tão mau como eu teimo em dizer. Mas como o título não foi meu e detesto aquele título...
Acho que é por isso que resisto a aceitá-lo. Um dia, quem sabe se não reconhecerei a paternidade uma vez que há por aí exemplares. Ainda outro dia encontrei um, numa dessas bancas em segunda mão, e paguei por ele oito contos. Com desconto, porque o homem reconheceu-me e abateu-me quinhentos escudos. Um preço completamente disparatado e exorbitante"
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
Saramago diz, em sua obra, que:
“Sei disto um pouco, porque o aprendi em tempos, porque tenho pintado, porque estou a escrever. Agora mesmo o mundo transforma-se lá fora. Nenhuma imagem o pode fixar: o instante não existe.”
José Saramago
José Saramago
4ª Edição
Data de Impressão 25 de Janeiro de 1983
Editorial Caminho SARL
José Saramago
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
Sinopse
«Um romance histórico
inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da
descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o
estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em
Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um
soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que
queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a
começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao
quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da
Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou
(...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro
de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na
escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a
nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o
outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial
dos tristes tempos do rei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de outubro
de 1998).
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
«Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro de 1935. Fica até Setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: “Aqui onde o mar se acaba e a terra principia”; o virar ao contrário o verso de Camões: “Onde a terra acaba e o mar começa”. Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de Novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal.» (Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)
José Saramago
Bibliotex / Público, Colecção Mil Folhas - 2002
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
"O romance que então escrevi [A Jangada de Pedra] separou do continente europeu toda a Península Ibérica para a transformar numa grande ilha flutuante, movendo-se sem remos, nem velas, nem hélices em direção ao Sul do mundo, “massa de pedra e terra, coberta de cidades, aldeias, rios, bosques, fábricas, matos bravios, campos cultivados, com a sua gente e os seus animais”, a caminho de uma utopia nova: o encontro cultural dos povos peninsulares com os povos do outro lado do Atlântico, desafiando assim, a tanto a minha estratégia se atreveu, o domínio sufocante que os Estados Unidos da América do Norte vêm exercendo naquelas paragens… Uma visão duas vezes utópica entenderia esta ficção política como uma metáfora muito mais generosa e humana: que a Europa, toda ela, deverá deslocar-se para o Sul, a fim de, em desconto dos seus abusos colonialistas antigos e modernos, ajudar a equilibrar o mundo. Isto é, Europa finalmente como ética. As personagens da Jangada de Pedra – duas mulheres, três homens e um cão – viajam incansavelmente através da península enquanto ela vai sulcando o oceano. O mundo está a mudar e eles sabem que devem procurar em si mesmos as pessoas novas em que irão tornar-se (sem esquecer o cão, que não é um cão como os outros…). Isso lhes basta.»" José Saramago.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
«Há muito que
Raimundo Silva não entrava no castelo. Decidiu-se a ir lá. O autor conta a
história de um narrador que conta uma história, entre o real e o imaginário, o
passado e o presente, o sim e o não. Num velho prédio do bairro do Castelo, a
luta entre o campeão angélico e o campeão demoníaco. Raimundo Silva quer ver a
cidade. Os telhados. O Arco Triunfal da Rua Augusta, as ruínas do Carmo. Sobe à
muralha do lado de São Vicente. Olha o Campo de Santa Clara. Ali assentou
arraiais D. Afonso Henriques e os seus soldados. Raimundo Silva "sabe por
que se recusaram os cruzados a auxiliar os portugueses a cercar e a tomar a
cidade, e vai voltar para casa para escrever a História do Cerco de
Lisboa. Uma obra em que um revisor lisboeta introduz a palavra
"não" num texto do século XII sobre a conquista de Lisboa aos mouros
pelos cruzados.» (Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998).
O Evangelho segundo Jesus Cristo
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
Sinopse
«O Evangelho segundo Jesus Cristo, dizia, é o romance que gerou mais polémica e é a causa de ter mudado a minha residência de Lisboa para Lanzarote, em Espanha. É um livro que não projetei, porque jamais me havia passado pela cabeça escrever uma vida de Jesus, havendo tantas e sendo tão diferentes as interpretações que dessa vida se fizeram, destrutivas por vezes, ou, pelo contrário, obedecendo às imposições restritivas do dogma e da tradição. Enfim, sobre o filho de José e Maria disse-se de tudo, logo não seria necessário um livro mais, e ainda menos o que viria a escrever um ateu como eu. Simplesmente, o homem põe e a circunstância dispõe e aqui está o que me impeliu a uma tarefa cuja complexidade ainda hoje me assusta.»
José Saramago, in A Estátua e a Pedra
O Evangelho Segundo
Jesus Cristo
José Saramago
Editora: Biblioteca Prestígio
José Saramago
Colecção Prémio Nobel
Edição: Diário de Notícias, 1998
SINOPSE
Um homem fica cego,
inexplicavelmente, quando se encontra no seu carro no meio do trânsito. A
cegueira alastra como «um rastilho de pólvora». Uma cegueira coletiva.
Romance contundente. Saramago a ver mais longe. Personagens sem nome. Um mundo
com as contradições da espécie humana. Não se situa em nenhum tempo específico.
É um tempo que pode ser ontem, hoje ou amanhã. As ideias a virem ao de cima,
sempre na escrita de Saramago. A alegoria. O poder da palavra a abrir os olhos,
face ao risco de uma situação terminal generalizada. A arte da escrita ao
serviço da preocupação cívica.
José Saramago
Colecção -Os Grandes Escritores Portugueses Actuais
Edição: PLANETA DEAGOSTINI
SINOPSE
O protagonista é um
homem de meia-idade, funcionário inferior do Arquivo do Registo Civil. Este
funcionário cultiva a pequena mania de colecionar notícias de jornais e
revistas sobre gente célebre. Um dia reconhece a falta, nas suas coleções, de
informações exatas sobre o nascimento (data, naturalidade, nome dos pais, etc.)
dessas pessoas. Dedica-se, portanto, a copiar os respetivos dados das fichas
que se encontram no arquivo. Casualmente, a ficha de uma pessoa comum (uma
mulher) mistura-se com outras que está copiando. O súbito contraste entre o que
é conhecido e o que é desconhecido faz surgir nele a necessidade de conhecer a
vida dessa mulher. Começa assim uma busca, a procura do outro.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
Uma pequena olaria,
um centro comercial gigantesco. Um mundo em rápido processo de extinção, outro
que cresce e se multiplica como um jogo de espelhos onde não parece haver
limites para a ilusão enganosa. Este romance fala de um modo de viver que vai
sendo cada vez menos o nosso e assoma-se à entrada de um brave new
world cujas consequências sobre a mentalidade humana são cada vez mais
visíveis e ameaçadoras. Todos os dias se extinguem espécies animais e vegetais,
todos os dias há profissões que se tornam inúteis, idiomas que deixam de ter
pessoas que os falem, tradições que perdem sentido, sentimentos que se
convertem nos seus contrários. Fim de século, fim de milénio, fim de
civilização.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
Tertuliano Máximo Afonso, professor de História no ensino secundário, «vive só e aborrece-se», «esteve casado e não se lembra do que o levou ao matrimónio, divorciou-se e agora não quer nem lembrar-se dos motivos por que se separou», à cadeira de História «vê-a ele desde há muito tempo como uma fadiga sem sentido e um começo sem fim». Uma noite, em casa, ao rever um filme na televisão, «levantou-se da cadeira, ajoelhou-se diante do televisor, a cara tão perto do ecrã quanto lhe permitia a visão. Sou eu, disse, e outra vez sentiu que se lhe eriçavam os pelos do corpo».
Depois desta inesperada descoberta, de um homem exatamente igual a si, Tertuliano Máximo Afonso, o que vive só e se aborrece, parte à descoberta desse outro homem.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
Receoso e desconfiado, o governo, em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar em branco, decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. E é assim que se desencadeia um processo de rutura violenta entre o poder político e o povo, cujos interesses aquele deve supostamente servir e não afrontar.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
Assim começa este romance de José Saramago.
Colocada a hipótese, o autor desenvolve-a em todas as suas consequências, e o leitor é conduzido com mão de mestre numa ampla divagação sobre a vida, a morte, o amor, e o sentido, ou a falta dele, da nossa existência.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca nas mãos dos leitores esta obra excecional que é A Viagem do Elefante.
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
«A história dos
homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a
n´s, nem nós o entendemos a ele.»
José Saramago
Claraboia
José Saramago
Editorial Caminho - O Campo da Palavra
SINOPSE
José Saramago
Claraboia, cuja redação José Saramago terminou a 5 de janeiro de 1953, consiste num datiloscrito de 319 páginas, assinado com o pseudónimo de «Honorato».
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