«No Egipto, as bibliotecas eram chamadas ''Tesouro dos remédios da alma''. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.»

Jacques Bossuet





domingo, 18 de abril de 2021

O Julgamento de Hipócrates - José Eduardo Carvalho

 








O Julgamento de Hipócrates
José Eduardo Carvalho
Letras Lavadas Edições
SINOPSE

Acontecimentos bizarros ocorrem no Hospital-Prisão de Água d’Alto, situado na vertente sul-leste da ilha de São Miguel, nos Açores. O complexo prisional integra o Centro Hipócrates de Estudos Biomédicos, criado e dirigido por Ramon Árias, médico-cirurgião, de origem peruana, que se proclama descendente do povo Atlante, que governou o continente da Atlântida, antes de submergir tragado pelas águas do oceano.
A fuga de um recluso, repatriado dos EUA, leva à denúncia dos estranhos casos clínicos e, num ápice, chegam ao conhecimento de uma jornalista do “Notícias dos Açores”.
Com o processo-crime “Operação Hipócrates” instaurado pelo Ministério Público, Árias é constituído arguido e levado a julgamento.
Paralelamente, Bárbara do Canto, diretora do Instituto de Geofísica e Vulcanologia está preocupada com o recrudescer da atividade sísmica do maciço vulcânico da Lagoa do Fogo que ameaça a sobrevivência do complexo prisional de Ramon Árias. Além do vulcanismo, há outra turbulência na vida de Bárbara: Gustavo Daguerre, fotógrafo freelancer da Geographic Magazine, interessado em fotografar a paisagem vulcânica. Entre eles nasce uma atração tão fulminante que supera a diferença de idades que os separa.
Ao longo dos dezasseis capítulos, a narrativa vai alternando a loucura de Ramon Árias com a paixão de Bárbara do Canto. De uma e de outra pode brotar a tragédia.

Comentário:
Um Romance de ficção - que é mais que um romance de ficção -  duas estórias distintas, a de Ramon Árias, médico-cirurgião, de origem peruana, Director do Hospital-Prisão de Água d’Alto  situado na vertente sul-leste da ilha de São Miguel, nos Açores. O complexo prisional integra o Centro Hipócrates de Estudos Biomédicos, criado e dirigido pelo próprio  Ramon Árias. Narrada em paralelo com a de  Bárbara do Canto e Gustavo Daguerre. Se esta é uma vulgar estória de amor, com as dúvidas e incertezas "normais" de uma estória do amor, onde também não falta, em vez de um final feliz, um final trágico para por fim aquele amor que para Bárbara do Canto e Gustavo Daguerre. era improvável. ´Na outra estória, - também de ficção -, conta os acontecimentos bizarros que ocorrem  no Centro Hipócrates de Estudos Biomédicos, criado e dirigido por Ramon Árias, um louco (?), ou um homem sem escrúpulos nem princípios, que ultrapassa os limites da ética na investigação médica e não respeita os direitos humanos dos presos do Hospital-Prisão de Água d’Alto,  Esta narrativa leva o leitor a questionar quais os limites éticos da ciência, versos, os direitos humanos. É por isto  que é mais que um romance de ficção.

Classificação 8/10

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